Alunos das escolas de Setúbal e o artista plástico Nuno Paulino criaram uma estátua a partir de resíduos recolhidos nas praias
O Jardim Engenheiro Luís da Fonseca, também conhecido em Setúbal como Jardim da Beira-Mar, recebeu ontem, 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente, a escultura “Simbiose”, que representa um Cavalo Marinho, e alude ao ecossistema criado nas pradarias do Estuário do Sado para a protecção desta espécie sensível.
Construída a partir de resíduos recolhidos nas praias, a peça resultou do processo artístico do escultor Nuno Paulino e dos alunos das escolas do concelho, num projecto do programa Escola Azul, e pretende transmitir uma visão ecológica da protecção dos rios e dos mares.
“O reaproveitamento de materiais” foi o factor-chave para a elaboração da escultura “Simbiose” e demonstra que “às vezes, com pouco, pode-se fazer muito”, diz Nuno Paulino que afirma ter sido uma honra criar uma peça com valor simbólico para a cidade onde nasceu e, mais ainda, por ter contado com a ajuda de estudantes “participativos e preocupados com as questões ambientais”.
Em representação da Coca-Cola, parceira promotora do Programa Mares Circulares, Manuel Bastos sublinhou que esta obra é “verdadeiramente fantástica pela forma como representa este símbolo de Setúbal, que é o cavalo-marinho”, salientando a defesa de um património natural.
Também ontem, no âmbito da campanha “Juntos Por um Mundo de Praias Limpas” promovida pela Associação das Mais Belas Baías do Mundo, alunos de várias escolas do concelho recolherem resíduos na praia de Albarquel e no espaço verde do jardim Engenheiro Luís da Fonseca. Isto numa acção dentro do projecto Mares Circulares, também apoiado pela Liga para a Protecção da Natureza (LPN), para retratar a questão do lixo marinho e da preservação dos oceanos, apelando “às boas práticas ambientais no dia-a-dia”, explicou na altura Inês Machado da LPN.
Na comemoração do Dia Mundial do Ambiente, André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, focou a importância de se interiorizar um “conjunto de noções e boas práticas de valorizações e preservação do ambiente”. Na iniciativa Escola Azul, integrada num programa educativo da Direcção-Geral de Política do Mar, o autarca esclareceu que existe a “missão de promover a literacia do oceano na comunidade escolar e criar gerações mais responsáveis e participativas que contribuam para a sustentabilidade dos oceanos”.
Setúbal, “enquanto cidade educadora”, é necessário que seja promotora de “princípios de igualdade, justiça, equilíbrio territorial, sustentabilidade e resiliência” assumindo valores ambientais, de biodiversidade e conservação da natureza, disse ainda André Martins, que apontou as alterações climáticas como um problema a nível global aceite como “um desafio pela juventude”.
Por sua vez, Ricardo Oliveira, presidente da Associação Baía de Setúbal, comentou que “as crianças e os jovens não só são agentes do futuro, como também do presente” para a continuação na participação destes projectos e, como se mostrou, “a intervenção humana pode ser uma intervenção transformadora”. A isto, André Martins acrescentou: “A promoção de campanhas de sensibilização ambiental e a valorização do voluntário ambiental é um trabalho permanente”.
