“Em 2021 teremos a obra de saneamento terminada”

“Em 2021 teremos a obra de saneamento terminada”

“Em 2021 teremos a obra de saneamento terminada”

A Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra apresenta problemas típicos de um território misto, agrícola e urbano. Em entrevista a O Setubalense-Diário da Região, José Belchior afirma que está a ser resolvido o saneamento, já foi reclamado mais transportes, um centro de saúde e uma nova escola

 

Quais as características geográficas da Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra?

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Deriva de três localidades. Temos a componente agrícola onde se integra o território da Gâmbia, e a parte urbana que corresponde a Pontes e Alto das Guerra. E ainda temos uma parte de estuário do Sado em Gâmbia e Pontes.

 

Destes três territórios qual dá mais dores de cabeça ao executivo da Junta?

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Todos! Mas gostamos de ter essa dor de cabeça; implica uma preocupação constante em contribuirmos para a melhoria das condições de vida da população. Cada território com a sua especificidade. Neste momento a maior preocupação é a falta de saneamento básico em algumas zonas das Pontes, não tem sido fácil, mas conjuntamente com a Câmara Municipal de Setúbal, estamos a intervir para resolver.
Foi terminada há pouco tempo a primeira fase de obra que passou pela desactivação da Estação de Tratamento de Águas Residuais, e instalação da Estação de Bombagem que fará o transporte de resíduos domésticos para uma Estação Elevatória e, sequentemente, serão depositados no colector do Faralhão.

Agora vamos para a segunda fase da obra que será dividida em três estágios: em Monte dos Patos; zona das Bispas; Estrada Montinho da Cotovia. São as zonas não servidas por saneamento básico.

 

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Quando estará concluída estra obra e qual o seu montante financeiro?

Prevemos a conclusão em 2021. Quanto ao investimento, ronda os 700 mil euros pela Câmara Municipal. Por parte da Junta de Freguesia a comparticipação será mais ao nível de equipamento.

 

Outro dos problemas que tem sido apontado na Freguesia é a falta de transportes públicos. Isto é verdade? E se for, o que está a ser feito para o resolver?

Sim, é um problema para uma Freguesia que está numa ponta do concelho de Setúbal, acrescido de termos muita população numa faixa etária elevada; nas Pontes mas principalmente na zona da Gâmbia.

Estamos em contactos com a administração dos TST para sermos servidos pela rede urbana de transportes da cidade de Setúbal. Uma rede que percorra as nossas três localidades e faça também a travessia de Pontes ao Faralhão.

Uma das razões que justifica esta rede de transportes é termos a população de Gâmbia a ser servida pelo Centro de Saúde de Vale do Cobro, em Setúbal, mas também a população das Pontes que frequenta o Centro de Saúde do Faralhão.

 

Está previsto um centro de saúde na Freguesia, com uma população na ordem dos 8 mil habitantes?

Estamos a fazer diligências para recebermos um centro de saúde. Para além de termos poucos transportes a servir a Freguesia, também temos a realidade de uma população envelhecida.

 

Olhando a demografia da Freguesia, verifica-se que tem captado população jovem.

Temos população jovem que procura as novas urbanizações no Alto da Guerra: Quinta da Amizade, Quinta da Serralheira e Vale Ana Gomes, onde construíram as suas vivendas.

 

Famílias jovens implicam uma rede de estabelecimentos de ensino. Qual a situação neste sector?

Só temos escolas básicas do 1.º ciclo: a Escola Básica da Gâmbia, que foi requalificada e é hoje uma escola de excelência, a Escola Básica do Montinho e a Escola Básica do Alto da Guerra, esta última está sobrelotada devido às crianças oriundas das famílias que escolheram, e muito bem, residir no Alto da Guerra.

É uma escola com duas salas de aula, que foi construída pela população a seguir ao 25 de Abril de 1974, e já não tem capacidade para responder ao número de crianças que a frequentam. Necessitamos que a Escola do Alto da Guerra seja ampliada ou que seja construída uma nova escola.

 

Com a Freguesia coberta por uma rede de transportes deficitária, falta de centro de saúde e, pelo menos, a necessidade de mais uma escola básica, que argumentos tem para atrair população jovem?

Para além de sermos uma Freguesia que acolhe bem as pessoas, elas também procuram localidades mais limpas em termos ambientais. Por outro lado, o crescimento da cidade de Setúbal em território urbano começa a estar limitado, talvez também por isso as pessoas estejam a escolher vir para cá.

 

A transferência de competências é matéria em primeira linha nos poderes políticos. Como está esta relação entre a Freguesia e a Câmara?

É uma relação de boa saúde. A nossa Freguesia, conjuntamente com a Freguesia do Sado, foram as que mais se bateram pela descentralização de competências, isto ainda o executivo da Câmara de Setúbal era liderado pelo professor Mata Cáceres [PS] que não via esta matéria com bons olhos. Foi uma luta, mas conseguida.

Posteriormente a descentralização foi fortificada com os executivos camarários CDU. Ou seja, temos descentralização mas bem acompanhada do respectivo pacote financeiro. Até mesmo em áreas difíceis de gerir como a limpeza urbana.

 

Recentemente, a Câmara aprovou a proposta de obtenção de 4,4 milhões de euros para aquisição do antigo complexo industrial ImaPark, em Pontes. Está previsto o edifício receber o Mercado Abastecedor e um parque para camiões TIR. Como vê esta decisão?

É uma boa decisão. Vai requalificar um espaço que, apesar de ter lá uma escola de futebol a funcionar, precisa de ser dinamizado, e com isto dinamizar mais a freguesia. Creio que também vai nascer ali um pequeno parque industrial, mas neste momento a informação que temos é bastante vaga, nem sabemos quando irá avançar. Porém, só por sabermos que o espaço vai ser requalificado, vemos a decisão com bons olhos. E o mesmo gostaríamos de ver com outros espaços, como a dinamização da antiga Artemisia, que está abandonado e degradado.

 

“As juntas de freguesia têm de contribuir para a melhoria ambiental do Planeta”

A gestão direcionada para as boas práticas ambientais tem sido “uma preocupação do executivo da Junta de Freguesia da Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra”, afirma o seu presidente, José Belchior. Para além de uma preocupação, é um “compromisso para com o futuro”, acrescenta.

Afirma o autarca que as pequenas acções locais têm grandes repercussões por isso, ao nível das freguesias, “têm de contribuir com a sua quota-parte para a melhoria ambiental do Planeta”. No caso da Junta que gere, “o esforço, e grande”, passa por sectores “difíceis” como a “recolha e separação de resíduos urbanos”; uma área em que já foram auditados e “os técnicos ficaram bastante agradados com a forma como na Freguesia estamos a lidar com a questão do ambiente”.

Neste “esforço”, a Junta de Freguesia aderiu ao Projecto Selo Verde, que resulta de uma colaboração entre a Câmara Municipal de Setúbal e a Agência de Energia e Ambiente da Arrábida. E, “em boa hora o fizemos”, diz José Belchior.

 

“Vim para o Alto da Guerra com três anos”

Presidente da Junta de Freguesia da Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra há dois mandatos, José Belchior antes de liderar o executivo exerceu funções como tesoureiro neste mesmo órgão do poder local.

Com 64 anos, está desde sempre ligado a Setúbal apesar de ter nascido no concelho de Santiago do Cacém, na localidade de Alvalade do Sado. “Tinha 3 anos quando vim para Setúbal, mais concretamente para o Alto da Guerra”.

Casado, tem uma filha e já dois netos; “um neto e neta”, repara. Electricista auto de profissão, é militante do PCP, tendo sido eleito para a Junta de Freguesia na lista da CDU.

 

Foto – Alex Gaspar

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