Nova presidente não quer que “nenhum euro” do PRR seja perdido e pretende colocar Setúbal no centro das decisões e do progresso
Maria das Dores Meira assumiu esta quinta-feira a presidência da Câmara Municipal de Setúbal, num discurso carregado de emoção, referências históricas e um firme compromisso com a democracia participativa. Perante uma sala lotada, a líder do movimento independente ‘Setúbal de Volta’ prometeu colocar o município que agora preside “em primeiro” lugar, dando continuidade a “obras adiadas” e abrindo novos caminhos para o desenvolvimento económico de um concelho “onde dará gosto viver”.
Na cerimónia que decorreu no Fórum Luísa Todi, a presidente recém-empossada frisou que a sua governação será centrada nos cidadãos, colocando a causa pública acima de agendas partidárias, garantindo que a Câmara Municipal trabalhará em áreas essenciais como habitação, saúde, educação, segurança e desenvolvimento económico, destacando a importância de usar todos os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de forma ágil e eficaz, para que “nenhum euro seja perdido por falta de agilidade política”. “A obra adormecida vai acordar”, assegurou, prometendo que Setúbal será uma cidade onde “dará gosto” viver, trabalhar e investir.
Nesta cerimónia foram várias as figuras de peso do PSD que marcaram presença, com Miguel Pinto Luz, membro da comissão política nacional do PSD e ministro das Infraestruturas, é uma das personalidades que vai marcar presença na cerimónia, assim como Paulo Ribeiro, presidente da Comissão Política Distrital do PSD e secretário de Estado Adjunto da Administração Interna e, Teresa Morais, vice-presidente da Assembleia da República.
Maria das Dores Meira recordou também a luta das mulheres por igualdade e paridade, sublinhando que é uma mulher livre, cidadã portuguesa responsável, determinada a respeitar os direitos de todos e a promover políticas justas e inclusivas. “Na vida, nunca nada vale tudo. A democracia não estrangula os direitos e a criatividade dos cidadãos, antes congrega vontades e esforços para um horizonte comum”, afirmou, numa alusão direta à sua forma de fazer política.
O discurso abordou também os “ataques e as calúnias” que afirma ter sofrido durante a campanha eleitoral. A presidente lembrou que “uma denúncia não significa acusação” e criticou a forma como notícias sensacionalistas tentaram denegrir a sua imagem: “Se isto é combate político, que regressem ao circo romano de outras eras, falta-lhes estofo para este tempo político”, declarou.
A nova presidente destacou a centralidade do povo na democracia e lembrou o marco histórico de abril de 1974. “A democracia é o governo do povo para o povo, quando um voto é uma decisão que cabe a todos”. Nesta intervenção recordou o cronista Fernão Lopes, do século XV, e o poeta Bocage, defendendo que Setúbal deve retomar o protagonismo histórico que sempre lhe pertenceu.
A agora presidente utilizou os números das eleições autárquicas de 12 de outubro para reforçar a sua mensagem, indicando que o movimento independente recebeu 16.524 votos, superando a coligação CDU que obteve 6.316 votos. A taxa de abstenção caiu de 57,86% em 2021 para 48,23% em 2025, um “sinal claro” de maior envolvimento cívico. “O povo é quem mais ordena”, afirmou, agradecendo a confiança de todos os cidadãos que depositaram o voto no movimento ‘Setúbal de Volta’ e no trabalho voluntário de candidatos, deixando um especial agradecimento ao PSD e ao CDS por terem “confiado” e apoiantes.
A presidente concluiu o discurso com a promessa firme de que vai trabalhar para que Setúbal volte a ser referência entre as cidades portuguesas, potenciando a Baía de Setúbal como motor de desenvolvimento económico, promovendo oportunidades de emprego, atraindo investimentos e garantindo que a cidade seja moderna, inclusiva e sustentável. Foi com uma mensagem de gratidão, determinação e esperança, que Maria das Dores Meira iniciou assim um novo ciclo de liderança em Setúbal, reafirmando que a causa pública é “para todos, todos, todos” e deve servir o bem comum.
