Moradores esperavam que o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana avisasse o dia e hora. “Tinha ficado acordado um contacto antes das máquinas chegarem, por questões de segurança, mas não cumpriram”
Ontem o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) confirmou que não iria demolir habitações na Quinta da Parvoíce, em Setúbal, apenas anexos. Esta manhã, pelas 9h00, o compromisso foi cumprido, mas os moradores esperavam ser avisados antes da chegada das máquinas, técnicos e forças de segurança.
“Isto não é novidade, já sabíamos que iam demolir estes anexos e o que definiram foi cumprido”, afirma Jorge Pimenta, representante dos moradores. “Mas tínhamos acordado com o IHRU para que nos avisassem antes de chegar a equipa ao local, mesmo por questões de segurança, por há pessoas a circularem por aqui é impossível esperar que fiquem dentro de casa, ou num circunscrito quando estão a ver o início da derrocada do bairro onde vivem há anos”.
A área do bairro ilegal que teve demolições corresponde a uma zona de mata, propriedade do IHRU, onde há cerca seis anos começaram a ser levantadas novas construções deste bairro que, inicialmente começou a nascer, improvisado, há cerca de 20 anos.
“No total o bairro atem umas 120 pessoas, a maior parte vive na zona baixa. Aí o terreno é propriedade da Câmara Municipal de Setúbal”, acrescentou.
Manuel Guerra Henriques, advogado que está a prestar apoio à comunidade, interpôs uma providência cautelar no Tribunal de Setúbal, para impedir demolições de habitações na Quinta da Parvoíce, mas até ao momento não há decisão.