Congresso internacional aprofunda vida e obra multifacetada de José Afonso

Congresso internacional aprofunda vida e obra multifacetada de José Afonso

Congresso internacional aprofunda vida e obra multifacetada de José Afonso

Especialistas analisaram várias facetas da obra e amigos partilharam testemunhos sobre actividade artística e intervenção cívica do cantautor

A vida e o conhecimento sobre a obra multifacetada de José Afonso foram temas aprofundados este fim-de-semana, num congresso internacional, que contou com várias homenagens e muitas histórias desconhecidas que foram agora tornadas públicas. Durante estes dois dias reuniram-se especialistas, dedicados ao estudo das várias facetas da obra do artista, e colaboradores e amigos, que partilharam testemunhos sobre a actividade artística e a intervenção cívica de José Afonso antes, durante e depois do período revolucionário.

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A sessão de abertura da primeira edição do Congresso Internacional José Afonso contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, que afirmou que este encontro foi um importante contributo para a valorização do percurso do cantautor.

“Aqui e agora inicia-se uma importante jornada de homenagem, por via da valorização da vida e obra de José Afonso, a um dos artistas que mais marcou o século XX português e que tão sistematicamente é esquecido e até desprezado”, disse o autarca.

Na abertura do congresso, organizado pela autarquia sadina, a Associação José Afonso, o Instituto de História Contemporânea e o Instituto de Etnomusicologia, o edil referiu que este encontro constitui “uma oportunidade até hoje inédita”, de “amplo cruzamento de vários saberes” sobre o percurso de José Afonso, “procurando relacionar a investigação académica com outros campos dedicados à preservação e divulgação da memória do Zeca”.

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No entender de André Martins, este evento constituiu “um forte estímulo para a localização e recolha de documentação e material fonográfico relacionado com o cantautor para posterior preservação”. Nesta sessão de abertura esteve também o presidente da Associação José Afonso (AJA), Francisco Fanhais, que realçou a importância do encontro para “aprofundar o conhecimento e reforçar a divulgação da vida e obra que José Afonso colocou ao serviço da cidadania”.

Já para o presidente da direção do Instituto de História Contemporânea, Luís Trindade, José Afonso “foi um acontecimento histórico”, pois “através dele conta-se uma certa história do Portugal Contemporâneo e da oposição ao fascismo”. Destacou também que Zeca Afonso foi “uma figura fundamental para se perceber como foi o PREC” e considerou que os portugueses devem ao artista um “exemplo cívico e formas de pensar e de sentir que fazem uma sociedade mais rica”.

Também a presidente emérita do Instituto de Etnomusicologia, Salwa Castelo-Branco, sublinhou que há muito que este organismo tem no centro do seu objeto de estudo a música popular e a figura de José Afonso sobre quem “há ainda muito para estudar, conhecer e divulgar”.

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Testemunhos sobre vida do artista ao longo do congresso

Na manhã de sábado houve ainda um painel de comunicações da professora universitária Ana Francisca Silva, sobre “A continuação do legado de José Afonso nos grupos culturais da Universidade do Minho”, de João Freitas Mendes sobre “Amor e verdade – aprender e ensinar em José Afonso”, e de Maurício Salles Vasconcelos, sobre “Política do Ritmo/Poeticidade do Mundo”.

Já no período da tarde teve lugar uma sessão testemunhal sobre a actividade musical, com Janita Salomé, Francisco Fanhais e Carlos Guerreiro, com moderação de Ricardo Andrade, seguindo-se um novo painel de comunicações, com Anália Gomes a abordar o tema “Da censura explícita a outras formas de silenciamento” e Catarina Costa a falar sobre “A música popular açoriana na obra de José Afonso”.

Às 18h30 existiu uma conversa com Octávio Fonseca e Viriato Teles com o tema “Novos conhecimentos sobre a obra de José Afonso”, moderada por Hugo Castro, com o programa de sábado a terminar com um concerto com Vozes da União, Noitibó, Francisco Fanhais, Manuel Freire e Rogério Cardoso Pires.

Quanto a domingo, logo às 10 horas houve um novo painel de comunicações, com a participação de Albérico Afonso Costa, de Hugo Castro, de João Madeira e de Ricardo Andrade. O programa prosseguiu com uma conferência por Rui Vieira Nery e um painel com comunicações de Agnès Pellerim, e de Matilde Dias. O painel contou ainda com intervenções de Sara Maia e de Arturo Reguera. O evento terminou com uma sessão testemunhal dedicada à ligação de José Afonso a Setúbal, com Henrique Guerreiro, Luísa Ramos e Manuela Palma.

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