A Zero denunciou, e a CCDR-LVT actuou. Não pode haver construção de urbanização sem retirada dos resíduos
A existência de um “fosso com óleos lubrificantes usados na Rua Almeida Garret”, em Setúbal, denunciada pela Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, já está a ser controlada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT).
Na notícia publicada ontem, segunda-feira, no jornal O SETUBALENSE, Rui Berkemeier, técnico da Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, apontava a suspeita sobre a existência de um “depósito de hidrocarbonetos”, provenientes de descarga de “óleos lubrificantes usados” de uma “oficina que funcionou no local”, os quais considera a possibilidade de serem “contaminantes”.
Preocupação maior, é que, por informações que chegaram à Zero, para este terreno “estará prevista uma urbanização”, refere o ambientalista. A isto acrescenta que a situação foi reportada à presidente da CCDR-LVT, Maria Teresa Almeida.
Questões que foram também colocadas por O SETUBALENSE à CCDR-LVT, a qual em resposta através do vice-presidente, José Manuel Alho, confirma ter recebido o ofício da associação Zero e que, perante esta denúncia, “foi realizada uma acção de fiscalização ao local pela equipa [deste organismo público] a 28 de Março”.
Nesta acção, foi constatada a “existência de uma substância pastosa, de cor escura que escorria pelo pavimento impermeabilizado”, refere. A isto, acrescenta que “o local em causa está a ser utilizado como estaleiro da obra a cargo da empresa Romantiburgo, com alvará de construção emitido pela Câmara Municipal de Setúbal, não tendo ainda sido efectuadas escavações na área aparentemente afectada”.
Perante este quadro, avança a CCDR-LVT que está a “desenvolver as diligências necessárias no sentido de garantir que o responsável pela intervenção proceda às medidas exigidas para a correcta caracterização e encaminhamento dos resíduos a destino adequado”. E vinca: “Este assunto continuará a ser acompanhado pela CCDR-LVT, em articulação com outras entidades”.
De facto, uma das preocupações apresentadas pelo ambientalista Rui Berkemeier, é que, “a confirmar-se que o solo está contaminado, tem de ser descontaminado antes de se avançar com a construção”.