27 Junho 2024, Quinta-feira

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Comarca de Setúbal com “carências gravíssimas de oficiais de justiça”

Comarca de Setúbal com “carências gravíssimas de oficiais de justiça”

Comarca de Setúbal com “carências gravíssimas de oficiais de justiça”

Faltam procuradores e funcionários. Instância Local de Grândola gera especial preocupação porque em Março deixa de contar com uma magistrada

 

Os serviços do Ministério Público em Setúbal têm “carências gravíssimas de oficiais de justiça” e faltam também mais magistrados para permitir o “tratamento diferenciado de fenómenos criminais mais complexos, em expansão na comarca”, segundo um documento oficial da comarca.

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Em causa estão os “Objectivos estratégicos anuais – Procuradorias e Departamentos do Ministério Público da Comarca de Setúbal”, documento que elenca os desafios e os problemas para 2022 nesta área de jurisdição e divulgado na página oficial na internet.

“Como factores negativamente marcantes, condicionadores de resultados mais favoráveis, assinalam-se o ‘deficit’ de magistrados do Ministério Público e, sobretudo, a situação, que reputamos de muitíssimo grave, sem soluções à vista, de ‘deficit’ estrutural de oficiais de justiça em efectividade de funções. Inquieta-nos a manifesta impotência assumida pelos responsáveis do Ministério da Justiça para fazer face à situação, que constitui uma séria ameaça ao exercício do poder judicial, da independência dos tribunais e da autonomia do Ministério Público”, lê-se no documento datado de 30 de Novembro de 2021.

Nas considerações gerais é referido que “as elevadas pendências, essencialmente de inquéritos criminais, face aos magistrados em efectividade de funções, permite gerir, com grande esforço dos procuradores da República, a grande massa de inquéritos, mas não permite o tratamento especializado e diferenciado de fenómenos criminais mais complexos”.

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As carências do Ministério Público, acrescenta o documento da Comarca de Setúbal, são agravadas pelas dos órgãos de polícia criminal, com níveis de resposta quantitativa e qualitativa abaixo do razoável devido à falta de meios humanos.

“A situação da Instância Local de Grândola merece especial destaque e preocupação no contexto geral da comarca, mitigada pela colocação de uma magistrada no último movimento, que se prevê que venha a ser descompensada com a anunciada ausência de uma PR [procuradora da República] a partir de Março”, lê-se no texto divulgado na página da procuradoria da comarca de Setúbal.

Por outro lado, adianta-se, a situação decorrente da pandemia criou “distorções”, cuja normalização ocorrerá a médio prazo caso não se verifique o recrudescimento da situação pandémica.

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Neste cenário de crise de meios humanos, a procuradoria de Setúbal pretende, ainda assim, diminuir pendências e aumentar a capacidade de resposta dos serviços do Ministério Público, um objectivo que considera só ser possível de alcançar num quadro de normalização e pacificação, já alcançado, das relações institucionais da coordenação com os outros órgãos de gestão da comarca.

Para 2022 este organismo projecta a continuação da reorganização do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), com a concentração e a especialização na sede da titularidade de inquéritos criminais que pela sua natureza ou complexidade exijam tratamento diferenciado, uma medida que afirma ter sido implementada desde Outubro de 2021 relativamente a inquéritos em matéria de ambiente, urbanismo e criminalidade financeira conexa, e que será também aplicada a curto prazo nos crimes de tráfico de estupefacientes de maior gravidade.

A análise foi feita no âmbito de um despacho da procuradora-geral da República de fixação das áreas prioritárias do Ministério Público para o triénio 2022-2024, tendo sido ouvidos os magistrados do Ministério Público da Comarca de Setúbal para a realização do documento.

GC

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