Ceia da Silva: “A oferta tem de pensar no novo turista”

Ceia da Silva: “A oferta tem de pensar no novo turista”

Ceia da Silva: “A oferta tem de pensar no novo turista”

Em segundo lugar no crescimento turístico nacional, o Alentejo tem vindo a desenvolver uma estratégia que aposta na valorização e qualificação do destino. A conquista sucessiva de selos da Unesco é apenas uma face mais mediática de um trabalho transversal

 

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António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional do Turismo do Alentejo e Ribatejo, que abrange o Litoral Alentejano, no distrito de Setúbal, sublinha o esforço conjunto das autarquias e entidades de turismo para a criação de produtos alternativos complementares à oferta existente.

Segundo o responsável pelo destino turístico Alentejo – que tem sido o que regista maiores índices de crescimento no sector em todo o país, apenas superado pelos Açores – mudou substancialmente nos últimos anos, com uma estratégia bem definida que assenta, essencialmente, em dois aspectos; no reforço da qualidade da oferta, a todos os níveis, e na certeza de que o turista de hoje tem um perfil novo, completamente diferente daquele que tinha há uns anos.

“O turista hoje já não vem só para a praia, ou só para um fins específico e único. Por exemplo, o turista que vem fazer observação de aves (birdwatching), também gosta de comer bem (gastronomia) e ou de beber um bom vinho (enoturismo).”, diz Ceia da Silva.

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Do lado da oferta, o responsável não tem dúvidas de houve melhorias significativas na área do alojamento e animação turística, com várias empresas a crescer de forma muito intensa e consolidada. Do ponto de vista dos números, o turismo do Alentejo e Ribatejo sofreu um aumento muito expressivo da oferta turística com qualidade. No que toca à procura, o presidente da Entidade Regional do Turismo do Alentejo e Ribatejo afirma que esta mudou ao longo dos anos. “Não crescemos apenas na oferta, mas crescemos com o tipo de turista completamente distinto. O turista que vem gasta mais dinheiro e consome maior número de produtos turísticos”, afirmou.

Apesar dos indicadores de crescimento positivos, a sazonalidade é um dos problemas que ainda persiste nas zonas em que o principal produto é o sol e o mar, ainda que Ceia da Silva note o esforço crescente para a criação de produtos alternativos, que não se esgotam no verão. “Diria que tem havido um esforço muito significativo nos últimos anos para que se entenda que quando se fala de sazonalidade não se trata apenas de sol e mar, mas de um património paisagístico fantástico e de produtos alternativos, como é o caso dos campos de golfe, no Algarve. E também da área da animação turística, onde têm surgido inúmeras empresas com força, que atraem naturalmente muitos turistas”.

Em jeito de balanço do ano de 2016, Ceia da Silva revela que o Alentejo tem apostado fortemente no segmento low-cost. “A região do Alentejo vai crescer acima dos dois dígitos, o que é muito significativo. De acordo com os números já revelados entre janeiro e setembro, crescemos 11%”.

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Para 2017, as metas são claras. “Temos uma estratégia aprovada há três anos e vamos fazer a certificação do turismo no espaço rural e da animação turística. Queremos também implementar o produto sol e mar para melhorar as acessibilidades das praias”. No âmbito do turismo de natureza, a entidade de turismo prevê a construção de um geo-parque no vale do Rio Guadiana.

Depois do cante alentejano e da arte chocalheira terem recebido o selo da UNESCO de Património Imaterial da Humanidade, em 2014 e 2015, respectivamente, Ceia da Silva perspectiva para o próximo ano, a atribuição do mesmo selo para as Festas do Povo de Campo Maior, designadamente para a arte das flores.

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