A líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, marcou na tarde de ontem presença na cidade de Setúbal para visitar a Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico sadino, onde ficou a conhecer todas as valências do equipamento.
Acompanhada de Joana Mortágua, deputada do BE eleita pelo Distrito de Setúbal, e de Vítor Rosa, candidato à presidência da Assembleia Municipal de Setúbal nas próximas eleições autárquicas, Catarina Martins foi guiada pelo presidente da instituição e pela directora da ESE, bem como pelas coordenadoras dos cursos da área da formação inicial de educadores e professores, com quem reuniu.
No final do encontro, a coordenadora bloquista, em declarações aos jornalistas, falou sobre a venda por 2,2 mil milhões de euros de seis barragens da EDP na bacia hidrográfica do Douro, defendendo que a empresa deve ser obrigada a pagar o imposto de selo e que considera “incompreensível” a actuação do Governo neste processo, sob investigação do Ministério Público.
“Parece-nos que, no Ministério do Ambiente, existe às vezes mais pressa na defesa de alguns grandes interesses económicos do que nas questões dos recursos naturais e do interesse público”, disse. Em seguida, acrescentou: “Esperamos que a actuação do Ministério Público possa esclarecer tudo o que aconteceu, que possa retirar consequências”.
Catarina Martins comentou, desta forma, as buscas realizadas ontem pelo Ministério Público e pela Autoridade Tributária, por suspeitas de alegada fraude fiscal na venda de um portefólio de seis barragens à empresa francesa Engie.
“O Governo nunca foi capaz de explicar as suas decisões. Nunca foi capaz de explicar como é que autorizou o negócio da transmissão da concessão das barragens com tão poucas condições e sem obrigar sequer a EDP a pagar os impostos devidos”, sublinhou.
Com GR / Lusa