Presidente do Serviços Municipalizados de Setúbal garante que, apesar de serem ainda necessários alguns ajustes, situação é de “total normalidade”
O balanço da primeira semana dos Serviços Municipalizados de Setúbal “é positivo”, com Carlos Rabaçal, vereador e presidente da administração, a classificar o ambiente como “fraternal” e de “compreensão” por parte dos clientes.
“Correu tudo bem durante a semana. Estava preocupado, como é natural, com o arranque e estive aqui a falar com as pessoas, mas estas estavam muito compreensivas. Disseram para não me preocupar, porque era o primeiro dia. Correu de uma forma até bastante fraternal”, afirmou Carlos Rabaçal a O SETUBALENSE.
Com os sistemas de água e saneamento ‘nas mãos’ da Câmara de Setúbal após 25 anos concessionados à Águas do Sado, os Serviços Municipalizados de Setúbal arrancaram no passado domingo, agora com instalações no segundo andar do Edifício Bocage.
Na manhã de quinta-feira, perante um ambiente “sereno”, com apenas uma cliente a ser atendida, o autarca explicou que “os dias mais pesados são as segundas e as terças-feiras, em que há mais gente nos dias perto dos períodos de facturação ou do início do mês”.
“Mas nós temos agora três postos [de atendimento], ao contrário do que tinha a Águas do Sado, que tinha dois ou, às vezes, até só um”, explicou.
Apesar de os serviços terem arrancado “sem perturbações”, Carlos Rabaçal revelou que há ainda algumas ‘pontas a limar’, nomeadamente “a entrega de leituras por telemóvel, que ainda não é possível fazer”.
“A informação que nos deram é que até meados de Janeiro temos isso resolvido”, revelou, acrescentando que das “65 mil famílias clientes, apenas cerca de três mil utilizam a solução do telemóvel”.
“Não é um número brutal de famílias em relação ao universo dos nossos utilizadores. Por enquanto estão a fazê-lo através das outras opções”. Isto tendo em conta que está também disponível “o contacto através da internet, do MyAQUA, do número verde, do número de emergência, do e-mail e do site dos SMS”.
“Temos esses contactos todos garantidos com os nossos clientes e é aquilo que queríamos montar, embora a opção do telemóvel seja interessante e nós queremos que cresça”, frisou.
Além disso, “só para a semana é que se consegue fazer a facturação própria dos serviços”, havendo ainda “questões internas que é preciso ajustar”, mas estas “não têm qualquer impacto nem na prestação do serviço nem na relação com as pessoas”. “Isso para nós é muito relevante”, garantiu.
Sobre os equipamentos de multibanco, estes ainda estão em falta, mas tal não representa uma “dificuldade porque o edifício [Bocage] tem multibanco [no rés-do-chão]”. “As pessoas vão lá e resolve-se a situação. Não tem havido nenhum problema por essa razão”, assegurou.
Questionado sobre eventuais queixas por parte dos clientes, o autarca disse que têm “feito um acompanhamento das redes sociais e [que] as opiniões são interessantes e positivas”. Por parte dos trabalhadores, “quer os que vieram da Águas do Sado, quer os que vieram da Câmara Municipal”, confessa que tem sentido que “estes estão mesmo empenhados”.
De forma geral, “tudo correu bem”. “O abastecimento de água correu normalmente e em relação aos operacionais também. No que diz respeito à mensagem e à imagem pública, parece-me que a coisa tem feito um certo caminho de afirmação pública de que os serviços mudaram, o que é muito importante as pessoas saberem”, salienta.
Além do espaço instalado em Setúbal, os SMS têm também disponível “uma loja em Azeitão, onde está tudo a funcionar em pleno”. “Tudo isto quer dizer que nós neste momento estamos numa situação de total normalidade”, disse, a concluir.
Com a reactivação dos Serviços Municipalizados de Setúbal, a partir de 1 de Janeiro, de forma geral, o valor da água e saneamento vai descer de 17 a 21%, sendo que, com a aplicação das respectivas taxas, as facturas dos utilizadores vão contar com uma redução efectiva de 10 a 12%.
Outra das grandes novidades passa pela introdução de uma tarifa social, que “deverá abranger cerca de oito mil utilizadores, o que corresponde a um investimento municipal de 350 mil euros”.