Diocese com estudos sobre história da península para resposta a uma realidade social e urbana que se tem alterado
Um dos objectivos do jubileu dos 50 anos da criação da Diocese de Setúbal, cujas comemorações arrancaram na terça-feira, passa pela organização de estudos sobre a história geral da Península de Setúbal, para dar resposta a uma realidade social e urbana que se tem alterado. A garantia é dada pelo Bispo de Setúbal, destacando que apesar da missão da Igreja ser sempre a mesma, a estrutura, ao longo dos tempos, “tem que se adaptar ao território”.
“Nós encomendámos [um estudo] a uma comissão, que foi constituída com especialistas em várias áreas, da Teologia à Geografia, da Geografia à Mobilidade, da Mobilidade ao Urbanismo, do Urbanismo à História”, começa por explicar Américo Aguiar, numa entrevista concedida à agência ECCLESIA.
O Cardeal diz estar convencido que, nestes 50 anos, é preciso fazer “umas adaptações à estrutura da presença da Igreja no território”, mostrando-se “muito curioso e muito orante”, para aquilo que possa vir a ser a proposta que essa comissão “venha a oferecer para depois ser discutida, ser digerida e ser assumida no coração do Conselho Diocesano Pastoral, nos Conselhos Paroquiais Pastorais, e com todas as forças vivas deste território”, refere.
Segundo Américo Aguiar, o objectivo deste estudo é que nos próximos anos seja possível experimentar a “nova recomendação de uma nova estrutura de presença da Igreja no território”.
Abordando a revisão do mapa diocesano, que surgiu da “necessidade de dar uma resposta a uma realidade social e urbana que se tem alterado”, o líder da diocese considera que este é um caminho que deve ser para “todos, todos, todos”. “Se isto fosse uma via-sacra, estávamos na primeira estação”, afirma acerca do processo de reconfiguração do mapa territorial.
“Eu tenho consciência que mexer na estrutura, no mapa paroquial, que estamos habituados há séculos ou milénios, porventura, é muito sensível. E, por isso, o que vamos fazer vai ser feito com muita calma, com audição de todos, com a co-participação de todos e, depois, chegará o momento da decisão”, elucida.
Neste ano jubilar também está nos planos a ideia de um projecto do livro “À descoberta da Diocese de Setúbal”. Esta obra seria dirigida a crianças e a jovens, num “enquadramento histórico que enriquece a leitura do passado e o presente sobre a história” da Diocese de Setúbal.
No entender do bispo sadino, a geração mais nova “não conhece a história da criação da diocese e os protagonistas” e que, por isso, “todas as ferramentas, todos os métodos e todas as expressões” à disposição para ir ao encontro de cada um, devem ser agarradas “com as duas mãos”.
