28 Junho 2024, Sexta-feira

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BE leva encerramento das urgências pediátricas às assembleias municipais

BE leva encerramento das urgências pediátricas às assembleias municipais

BE leva encerramento das urgências pediátricas às assembleias municipais

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O Bloco diz que o Governo está a tomar decisões erradas na saúde. Antes de fechar urgências tem de reforçar cuidados primários   

A Distrital de Setúbal do Bloco de Esquerda afirma estar “bastante preocupada” com a resposta à população caso os hospitais São Bernardo, em Setúbal, e Barreiro/Montijo passem a encerrar o serviço de urgência pediátrica no período nocturno, fins-de-semana e feriados. Significa o “agravamento da política de desinvestimento que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] e a resposta pública de saúde têm sofrido nos últimos anos”.

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Defende o BE que os autarcas da região têm de tomar posição “contra o encerramento das urgências pediátricas nestes hospitais”, pelo que irá “levar às assembleias municipais uma moção contra esta medida com o objectivo de pressionar o Governo”, avança a O SETUBALENSE Mário Macedo da Distrital de Setúbal do Bloco.

A possibilidade deste encerramento foi apontada, na passada semana, pelos coordenadores das urgências de pediatria de Lisboa e Vale do Tejo no âmbito da reorganização da rede. Uma proposta que está agora dependente da decisão da Direcção Executiva do SNS. Caso este modelo avance, apenas vão funcionar em permanência as urgências de pediatria dos hospitais públicos Santa Maria e Dona Estefânia (ambos em Lisboa), Amadora-Sintra, Garcia de Orta (Almada), Santarém, Caldas da Rainha e Torres Novas,

Se assim for, na margem sul a única resposta incluindo período nocturno, fins-de-semana e feriados passa a ser apenas no Hospital Garcia de Orta. Para o BE, é “inadmissível que esteja a ser ponderado manter apenas um serviço de urgência pediátrica aberto durante as 24 horas todos os dias, quando na península de Setúbal residem cerca de 800 mil pessoas”.

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“Além de outros concelhos que são servidos pelo Hospital São Bernardo, também as crianças de Alcácer do Sal e Grândola têm resposta na urgência pediátrica de Setúbal. Não faz sentido terem de ir a Almada, é uma distância geográfica enorme”, exemplifica Mário Macedo.

Segundo este responsável, a Direcção Executiva do SNS “quer aplicar na região de Lisboa e Vale do Tejo o mesmo modelo que no Porto onde a cobertura de médicos de família é superior a 80%, mas essa não é a realidade em Lisboa”. Portanto, “primeiro é preciso melhorar o acesso aos cuidados primários no Centros de Saúde, e depois pensar a reorganização da rede de cuidados pediátricos, mas de forma integrada”. Ou seja, “tem de existir articulação directa e imediata entre os médicos dos hospitais e os médicos dos Centros de Saúde”, defende.

Em nota de Imprensa, o BE afirma que as urgências pediátricas do Centro Hospitalar de Setúbal e do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, apontadas para encerrarem, “foram responsáveis em 2022, por 83 mil atendimentos. Não é por falta de procura que se encerra serviços, é por manifesta falta de organização e de meios”.

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O problema é “falta de planeamento e a total ausência de uma estratégia para os recursos humanos, a que se junta um desinvestimento em meios e tecnologia. Temas que são prioritários”, mas “o Governo de maioria absoluta condiciona o acesso aos cuidados de saúde e a segurança das crianças do distrito”.

Para o BE é “essencial” a “contratação imediata de meios humanos, nomeadamente médicos pediatras e enfermeiros”, que “sejam criadas equipas multidisciplinares estáveis e que as condições materiais dos serviços sejam melhoradas”. E acrescenta a mesma nota de Imprensa: “Numa área metropolitana onde existe cerca de um milhão de pessoas sem acesso a médico e enfermeiro de família, [o BE] estranha a inversão de prioridades por parte do Governo. Um sistema de saúde que funcione e dê resposta às necessidades em saúde da população, tem de ser construído e fortalecido pela base. Isto significa reforçar os cuidados de saúde primários e a integração de cuidados com os hospitais”.

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