Assembleia Municipal recomenda à Câmara de Setúbal que altere estacionamento tarifado

Assembleia Municipal recomenda à Câmara de Setúbal que altere estacionamento tarifado

Assembleia Municipal recomenda à Câmara de Setúbal que altere estacionamento tarifado

Recomendação proposta pelo PS foi aprovada por toda a oposição

 

A Assembleia Municipal de Setúbal aprovou, na reunião desta sexta-feira à noite, uma recomendação à Camara Municipal, para que altere o modelo de estacionamento pago na cidade, através da revisão do denominado Novo regulamento Municipal de Estacionamento Público Tarifado e de Duração Limitada no concelho de Setúbal.

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A proposta foi apresentada pelo PS, com base em dois argumentos principais: que a CDU entretanto perdeu a maioria absoluta e que a extensão do estacionamento é excessivo.

Paulo Lopes, líder da bancada socialista, disse que as “falhas” no modelo de estacionamento “começam a ser muito visíveis” e defendeu que houve uma alteração substancial da situação política no município, tendo em conta que a concessão foi “aprovada apenas pela maioria CDU, que na altura tinha maioria absoluta”, e que actualmente a oposição está em maioria.

O autarca socialista classifica a extensão do estacionamento pago, “de 1800 para mais de oito mil lugares”, como “uma mancha brutal”, e usou estes dois argumentos para justificar a necessidade de alteração do regulamento municipal e da concessão.

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Na apresentação da recomendação, Marco Costa (PS) acrescentou que “os setubalenses acordaram e viram ser plantados parquímetros por todo o lado”, defendeu que “as políticas não precisam de ser hostis” e que os eleitos do executivo CDU “ainda vão a tempo de corrigir as injustiças” do modelo de estacionamento pago que está a ser implementado.

O PSD concordou com a necessidade de revisão do regulamento. “Tendo a CDU perdido a maioria absoluta, é o momento de corrigir esta situação”, disse Rui Lamim.

Por parte da CDU, Jerónimo Lopes admitiu a possibilidade de serem feitas “correcções” ao modelo de estacionamento. “Nada é perfeito e o regulamento e a concessão naturalmente também não”, disse. O deputado comunista admite, por isso “correcções que venham a ser necessárias”, mas também alerta que existem “direitos que já produzem os seus efeitos”.

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A recomendação foi aprovada por maioria, com 21 votos a favor e 15 contra. Trata-se de uma recomendação pelo que a Câmara Municipal não está obrigada a segui-la.

 

Munícipes indignadas

A reunião foi aberta com duas munícipes a mostrarem a sua indignação contra o estacionamento.

Ana Quintino, advogada, queixou-se da “invasão” de parquímetros na Av. 5 de Outubro. “Onde estão as bolsas de estacionamento gratuito?”, perguntou a munícipe. “Não consigo estacionar o carro. Pago em casa, pago para trabalhar”, atirou a advogada, queixando-se de que com os parquímetros a despesa para estacionar o carro diariamente na zona da Av. 5 de outubro fica em cerca de 150 euros mensais.

“Queremos que a cidade nos pertença. Estamos numa cidade onde a água é a mais cara, a taxa de IMI é a mais cara. É vergonhoso para um partido que se diz de esquerda. Está de parabéns, senhor presidente. Acabou com o comércio na cidade.”, concluiu.

Outra advogada, com escritório na Rua Ocidental do Mercado, reforçou as mesmas queixas e criticas e acrescentou que o “escritório da empresa [DataRede] está encerrado”, e com a informação “por motivos de covid”. De acordo com esta munícipe, os residentes mais idosos daquela zona não estão a conseguir tratar dos dísticos de acesso a lugar de estacionamento, porque a câmara municipal “informa que já não trata” desse assunto e a empresa concessionária “não responde aos emails”.

 

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