“Apontamentos para a História dos SMS” marcam celebrações do centenário que vão durar quatro anos [corrigida]

“Apontamentos para a História dos SMS” marcam celebrações do centenário que vão durar quatro anos [corrigida]

“Apontamentos para a História dos SMS” marcam celebrações do centenário que vão durar quatro anos [corrigida]

Carlos Rabaçal avançou algumas das iniciativas que vão constar no calendário de comemorações. Gestão pública da água foi um tema muito falado

Está dado o pontapé de saída para a comemoração do centenário dos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS). “Apontamentos para a História dos Serviços Municipalizados de Setúbal”, do historiador Diogo Ferreira, é a obra que começa as celebrações, que duram até 2028, e que vão contar com um grande calendário, tal como explicou Carlos Rabaçal, presidente do Conselho de Administração dos SMS.

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“Hoje damos início ao ciclo de comemorações dos SMS. Para além do lançamento deste livro, vamos fazer um ciclo de conferências dedicado à força da gestão pública, vamos fazer a apresentação do Plano Estratégico da Água de Setúbal, o lançamento do programa de uma campanha de sensibilização nas escolas sobre as questões relacionadas com a água – um projecto-piloto –, ainda este ano o lançamento de uma linha de novos bebedouros no conjunto do nosso concelho, vamos lançar o anuário dos SMS todos os anos, a partir de agora, lançar um concurso de arte urbana, identificar uma mascote dos serviços municipalizados, lançar a construção do centro de conhecimento das águas subterrâneas – no final deste ciclo de comemorações, em 2028. E vamos lançar, também nesse ano, o livro dos 100 anos de história, que já encomendámos ao Diogo [Ferreira]”.

O também vereador na Câmara Municipal de Setúbal não deixou de elogiar o trabalho do autor, referindo que este é “notável”, tendo em conta a resenha que é feita do último século.

Rabaçal não deixou de fazer uma breve passagem pelos últimos dois anos, desde os quais está à frente do serviço e desde que estes foram reactivados, salientando três principais pilares: a relação com a população, a melhoria das condições de trabalho, e a sustentabilidade, não só económica, mas também o retorno do serviço das águas para a esfera pública. Foi mesmo sobre esta última questão que se debruçou ao apontar motivos pelos quais essa gestão não deve voltar ao domínio privado.

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“Temos de ter presente que um dos objectivos fundamentais dos trabalhadores deste serviço, da população deste concelho, é garantir o carácter reversível da gestão pública, e das forças políticas que amam esta terra. Porquê? Porque quem não gere a água não pode gerir uma câmara. Quem não sabe gerir a água, não sabe gerir uma câmara. E quem gere a câmara e não gere a água, há interesses feios que não os interesse públicos”.

A posição foi corroborada pelo presidente da Câmara de Setúbal que referiu que a água é “um bem escasso e fundamental à vida e não pode estar sujeito à especulação, não pode estar sujeito ao objectivo do lucro, que é, naturalmente, o objectivo fundamental de uma empresa”.

André Martins entende que a melhor forma de gestão da água é esta estar sob alçada do município. “Isto é muito claro, não é apenas por questões ideológicas, é também por questões que têm a ver, efectivamente, neste caso em concreto, com o bem, e nós temos a obrigação de gerir bem na defesa do interesse público”.

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Antes de agradecer aos trabalhadores que todos os dias fazem com que este serviço funcione foi referindo os vários investimentos feitos para que os SMS estejam hoje a funcionar a todo o gás.

No final, deixou agradecimentos ao escritor. “Queria agradecer ao nosso jovem historiador porque, com estas coisas que ele faz, vai-se descobrir as coisas que nós não imaginávamos e que depois resulta nisto, ficámos, muito orgulhosos de saber que esta organização, embora marcada no tempo de forma diferente, mas que tem a sua história, e isso não tem uma história já bastante antiga”.

Diogo Ferreira faz breves passagens pela história em 125 páginas

Numa obra com cerca de 125 páginas Diogo Ferreira procurou responder a cinco perguntas, entre as quais saber como decorreu o processo de fundação dos SMS, compreender os seus primeiros anos de actividade, os “episódios, problemas e melhoramentos” ao longo dos anos, como foram os anos de concessão às Águas do Sado, como foram reactivados os SMS e, as figuras que se distinguiram em todo o processo.

Neste último destaca personalidades como o primeiro engenheiro-director, Armando Pereira Athayde de Medeiros, Eusébio Augusto Correia, preso político enquanto trabalhava neste serviço e, até, Félix Mourinho, pai de José Mourinho que à época andava “entre as balizas e as águas”.

O próprio autor refere que o convite foi feito no sentido de se criar um livro com o objectivo de “promover uma pequena investigação que se dedicasse a compor um pouco da memória e da história desta instituição”. Dividida em duas partes – numa primeira em referência à criação dos SMS e na seguinte vários apontamentos dos 100 anos de história – espera que estas páginas possam servir “para os historiadores usarem como fonte” para outras investigações.

“Estamos a falar da história de uma instituição e todo o papel que teve no nosso concelho ao longo de cerca de 75 anos, durante aquela fase de interrupção com a privatização. Este livro é o pontapé de saída para outras investigações mais detalhadas e mais aprofundadas que são necessárias realizar”.

NR: Notícia corrigida às 10h51 de 24 de Julho de 2025. Os SMS vão lançar a construção do centro de conhecimento das águas subterrâneas, e não das águas estruturais como inicialmente estava escrito. À instituição e aos leitores pedimos desculpa pelo lapso

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