Paulo Calado, vereador do PSD, questionou o presidente sobre as finanças do município em matéria de pagamento da dívida aos fornecedores
André Martins admite que as finanças da Câmara Municipal de Setúbal se encontram numa “situação difícil” mas garante que tem vindo a chamar à atenção dos vereadores da oposição para a conjuntura.
O presidente da autarquia de Setúbal respondia à pergunta colocada durante a reunião pública do executivo desta quarta-feira pelo vereador do PSD, Paulo Calado, relativamente ao estado das finanças da autarquia no final de 2024 – tendo em conta que, no nal de Setembro de 2024, a dívida a fornecedores estava nos 30 milhões de euros.
O autarca explicou que a “situação vai estando controlada” e que o município tem procurado, junto dos fornecedores, avaliar e renegociar a dívida. “Nunca escondi que há uma situação na câmara municipal que precisa de ser controlada, chamei à atenção dos vereadores ao longo destes três anos e, como sabem, a autarquia deixou de ter receita, o que resolveria uma parte signi cativa da dívida a fornecedores. A actividade económica no concelho tem-se vindo a desenvolver e tem tido resultados a nível da arrecadação de receita, tem evoluído positivamente, muito por causa do comércio”, defendeu.
O vereador do PS, Fernando José, acusou o edil de não fazer uma “autocrítica à gestão CDU” afirmando que André Martins “atira responsabilidades para cima de tudo e todos e não assume essa responsabilidade”. Refere ainda as aquisições de espaços como o IMAPARK, a Praça de Touros e vários “edifícios que foram adquiridos e que estão ao abandono” justi cando que as contas têm que ver “como a CDU de Dores Meira e a CDU de André Martins geriram a câmara”.
E questiona. “De quem é a responsabilidade por esta dívida descontrolada?”.
Paulo Calado refutou ao garantir que os social-democratas não sentem “responsabilidade por aquilo que é a gestão CDU” e que sabem de quem são estas incumbências. Ao relembrar que a CDU está no poder da Câmara Municipal de Setúbal desde 2001 (há 24 anos) o vereador confirma que, nessa altura a “situação financeira da câmara era difícil”, mas que “agora também o é”.
Em resposta aos vereadores da oposição o edil confirma nunca ter dito que a situação financeira está descontrolada, mas que tem vindo a alertar para este cenário desde o início do mandato. “É uma situação financeira difícil, e tenho vindo a dizê-lo praticamente desde que tomei posse”.
André Martins considera ainda que este assunto, trazido ao período antes da ordem do dia, está relacionada com campanha eleitoral. “Os senhores estão em campanha eleitoral, eu ainda não estou”.