27 Julho 2024, Sábado

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André Martins anuncia manifestação contra Alsa Todi e apela à população que denuncie “mau serviço” [actualizada]

André Martins anuncia manifestação contra Alsa Todi e apela à população que denuncie “mau serviço” [actualizada]

André Martins anuncia manifestação contra Alsa Todi e apela à população que denuncie “mau serviço” [actualizada]

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Concentração no próximo sábado, junto ao Estádio do Bonfim, pretende “pôr em causa nome da empresa, prejudicando-a em futuros concursos públicos”

 

O presidente da Câmara de Setúbal anunciou esta sexta-feira que está a ser organizada uma manifestação contra “o mau serviço” da Alsa Todi – responsável pelo transporte rodoviário nos concelhos de Alcochete, Palmela, Montijo, Moita e Setúbal –, a acontecer no próximo sábado, dia 1 de Outubro, pelas 10h30, na Praça do Vitória Futebol Clube.

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Na primeira reunião entre as autarquias e os munícipes, de balanço ao funcionamento dos transportes públicos, André Martins apelou à população para que participe e “denuncie o mau serviço que a empresa está a prestar em Setúbal”, que integra o lote 4 da Área Metropolitana de Lisboa.

“Decidimos falar com as pessoas e convidá-las a juntarem-se a nós numa luta de pôr em causa o nome da empresa e ficar com um mau nome no mercado”, disse o autarca no encontro realizado na Cooperativa de Habitação Força de Todos, na freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra.

“É altura de virmos para a rua e denunciarmos que o serviço não está a ser cumprido com o que foi estipulado no contrato”, acrescentou. O edil, que considera “importante informar as pessoas sobre o que se está a passar”, frisou igualmente que “depois de tantos ultimatos e pedidos de informação à empresa, viu-se que a qualidade actual do serviço continua a ser manifestamente insuficiente”.

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“Pensamos que esta é a forma mais directa de a operadora sentir as dificuldades que pode vir a ter no futuro como empresa se nós denunciarmos o serviço que contratou e não cumpre. É importante mobilizar as populações e fazer uma grande concentração”.

Sobre o problema em Setúbal, André Martins garantiu que “não é falta de autocarros”, mas “a falta de motoristas”. Antes, explicou aos mais de 50 munícipes que marcaram presença na reunião que “não compete à Câmara Municipal terminar o contrato com a empresa”, tratando-se de “uma competência da Transportes Metropolitanos de Lisboa, responsável pela gestão do serviço na Área Metropolitana”.

“Temos conhecimento de que a empresa metropolitana já está a accionar os mecanismos legais necessários para denunciar os incumprimentos da operadora”, adiantou. Contudo, os referidos mecanismos “são processos que levam demasiado tempo e a população não quer e nem pode ficar mais à espera”.

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Por esse motivo, decidiram as autarquias de Setúbal promover uma manifestação para “colocar em causa o nome da empresa, prejudicando-a em concursos públicos que venha a candidatar-se”. “Será uma forma muito potente, além dos processos administrativos e judiciais que vão começar a decorrer, de a pressionar. O que interessa é que amanhã a empresa tenha os transportes a funcionar”.

Por parte da população, vários foram aqueles que denunciaram o que de mau está a acontecer com o  serviço da Alsa Todi, como os atrasos dos autocarros, as longas filas de espera nas paragens, as carreiras que não chegam a ser feitas – nomeadamente para o Biscainho – e os consequentes atrasos para os empregos e escolas.

Autarquias viram “duas semanas antes” que serviço não ia correr bem

Na reunião com a população esteve também presente o presidente da Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, Luís Custódio, na qual assegurou que as autarquias pediram à Alsa Todi que adiantasse qual a percentagem do serviço que considera ser capaz de colocar em prática.

“Dissemos à empresa que se não consegue os 100% contratualizados, que nos diga qual a percentagem que consegue cumprir. Seja 90%. Seja, até, 80%. Pedimos que se comprometa com um número, para que, de alguma forma, se consiga garantir as linhas que são absolutamente essenciais”.

Sobre o serviço prestado desde 1 de Junho, o autarca disse ter ficado “entusiasmado quando a empresa decidiu arrancar mais cedo”. “Mas duas semanas antes vimos que as coisas não iam correr bem. Não havia horários nem sinaléticas. Não compreendemos como é que uma empresa que não estava preparada decidiu arrancar mais cedo”, atirou.

Apesar de as autarquias terem vindo a fazer “um esforço significativo para fazer as coisas de forma correcta, com o aproximar do ano lectivo instalou-se uma forte preocupação com a qualidade que tem vindo a ser praticada”.

O presidente da junta de freguesia adiantou ainda que “a empresa ganhou recentemente um concurso nos Transportes Metropolitanos do Porto”. “Uma coisa que podemos, e devemos, fazer é chamar a atenção do Porto para aquilo que a empresa está a fazer em Setúbal. Deve ser uma forma também de fazer pressão sobre a Alsa Todi”.

A concluir, Luís Custódio denunciou o reduzido número de profissionais, situação agravada pela sobrecarga horária e os baixos salários. “Não quero saber se a empresa vai ter um corte de quatro ou cinco milhões de euros daqui a três anos. O que me interessa enquanto presidente da junta é que a empresa seja competente, responsável e cumpra com o estipulado no contrato, para bem da população”.

 

Alunos Município recorre a outras empresas para garantir transporte escolar

Na reunião com a população de sexta-feira, e depois de confrontada com casos de alunos que têm ficado prejudicados pelo serviço da Alsa Todi, a vice-presidente da Câmara Municipal, e vereadora da Educação, deu conta de que a autarquia “está a contactar empresas para ver quantos autocarros se consegue dedicar ao transporte escolar”.

“Ainda não o tínhamos feito porque a empresa disse que ia concentrar esforços para que no início do ano lectivo tudo corresse bem. Se calhar temos de recorrer a várias empresas para assegurar os transportes escolares que estejam em falta”, explicou Carla Guerreiro.

No concelho sadino, adiantou, “há mais de 1 300 crianças que utilizam os transportes públicos e, isto, a contabilizar apenas a partir do 2.º ciclo”. Já “o transporte de crianças do 1.º ciclo em aldeias já afastadas continua a ser assegura pelo município”.

Além de estarem a ser contactadas outras empresas, e de o problema se agravar pelo facto “de as câmaras municipais não terem serviço de transporte escolar”, a autarca garantiu que a edilidade “está a articular com estabelecimentos de ensino e a operadora melhores horários”, com o intuito de facilitar a mobilidade dos estudantes.

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