Presidente da Câmara diz que “era inevitável” manter trânsito cortado uma vez que se trata de “uma operação que leva bastante tempo”
O presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, explica que o troço da Serra da Arrábida que garante a ligação entre as praias da Figueirinha e de Galapos vai permanecer encerrado devido à rocha instável e admite que a resolução do problema pode vir a afectar a época balnear, que vai decorrer este ano de 3 de Junho a 17 de Setembro.
Depois de relembrar que actualmente “há uma empresa especializada que está a estudar a intervenção e os seus impactos”, o edil afirma que “era inevitável” manter o trânsito na Arrábida cortado uma vez que se trata de “uma operação que leva bastante tempo”.
“Até ao momento não temos uma informação conclusiva da parte da empresa. Está decidido que aquilo [rocha] tem de sair dali e que tem de haver uma intervenção no sentido de haver a derrocada daquele bloco”, explicou André Martins a O SETUBALENSE.
Contudo, “a questão é que a empresa tem de ver as condições para fazer essa operação”, que implica que sejam “desactivadas todas as barreiras, porque se não destrói tudo”.
“Tem de se estudar a forma de aquela derrocada ter o menos impacto possível na estrada e na envolvente e até na própria praia ou no rio. São milhares de toneladas que, quando caírem, é preciso retirá-las dali. Logo que os estudos estejam feitos, nós tomaremos as medidas necessárias para informar a população”, assegurou.
Devido à sua complexidade, André Martins diz estar “convencido” de que a resolução do problema pode vir a afectar a época balnear, “ou uma parte”, até porque vai ser necessário “transportar [a rocha] para outro sítio”, apesar de ainda não saber para onde.
Por agora, o autarca refere que é necessário saber até quando é que o troço da Rua Círio da Arrábida tem de permanecer encerrado. “Até ao dia 31 de Março esperamos que a empresa tenha esses dados para podermos transmitir publicamente”, afirma.
Apesar disso, o presidente da autarquia garante que “as pessoas podem ir à praia”. “O acesso à Figueirinha não tem problemas, à partida, porque foi determinado que as barreiras ficam a seguir à praia. Às outras praias, o acesso terá de ser feito pela estrada de cima” da Serra da Arrábida, explicou.
“Depois temos também, em termos dos transportes públicos, de programar tudo isso”, acrescentou, frisando que ainda “não está nada definitivo”. “Aguardamos que façam os estudos e que nos digam quais são as soluções e qual é o tempo que uma operação deste tipo demora, para também programarmos com a empresa dos transportes”.
O trânsito na Serra da Arrábida está encerrado desde Fevereiro último, mês em que o Serviço Municipal de Protecção Civil e Bombeiros de Setúbal detectou uma “rocha de grandes dimensões que apresenta indícios de grande instabilidade e uma extensa fissura de afastamento”.
A situação levou o município a encerrar, a 7 de Fevereiro, o “troço da Rua Círio da Arrábida, a partir do túnel da Praia da Figueirinha, sentido nascente/ponte, e a partir da Praia de Galapos, sentido poente/nascente”.
