Entidade reclama verbas do Estado e da UE para cumprir com o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2030
Setúbal está entre os municípios da região com queixas sobre a insustentabilidade do sistema de recolha de resíduos sólidos urbanos e, neste sentido, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) – da qual o concelho faz parte – colocou mãos à obra para encontrar estratégias de “desenvolvimento de trabalhos de coordenação e planeamento para a gestão” destes resíduos.
Em falta estão investimentos que se cifram nos milhões de euros, tanto do Estado como da União Europeia, para que a região possa contribuir para o cumprimento do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2030 (PERSU 2030), como explica a AML em nota de Imprensa.
Outro dos factores que tem atrasado este avanço tem sido, por exemplo, a “actual evolução das taxas de retoma e captura, de resíduos para reciclagem e bio resíduos, pouco expressiva, apesar do aumento muito considerável dos custos (transporte e tratamento)”. Os responsáveis por estas matérias, em cada um dos municípios, tem-se manifestado relativamente aos custos das operações e a forma como é gerido o dinheiro.
Na edição desta quarta-feira O SETUBALENSE publicou declarações de Carlos Rabaçal, presidente do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS), que afirmou que o serviço não podia estar “dependente de entidades privadas que têm como objectivo o lucro” e que a gestão tem de voltar para a alçada dos municípios. Disse também que os munícipes e entidades que fazem uma correcta separação do lixo devem ser reconhecidos.
No entender da AML, que reuniu com os presidentes e representantes dos 18 municípios que a constituem, estes têm de se alinhar para “definir caminhos que consubstanciem uma actuação conjunta, que agregue contributos dos municípios para os grandes desafios”.
Por estes desafios entende-se, por exemplos, investimentos avultados tanto nas metas a atingir até 2030 como também no “aumento substancial das quantidades de recolha selectiva e da valorização orgânica e energética” com vista à diminuição do uso dos aterros. Também um maior aproveitamento da energia eléctrica e soluções para um maior proveito do “sistema integrado de gestão de resíduos de embalagem”.
“Tabaco, caixas, embalagens de take-away, toalhetes, cápsulas de café, mobiliário, têxteis, calçado, entre outros”, são alguns dos exemplos de resíduos que a AML considera que precisam de melhores formas de aproveitamento.
O assunto está na ordem do dia para a Área Metropolitana de Lisboa porque, consideram, a insustentabilidade do sistema prende-se com a “elevada subida dos custos de tratamento de resíduos” e a “falta de financiamento para o sector”.