12 Agosto 2024, Segunda-feira

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Acusado de homicídio chora em tribunal e nega ter sido autor do crime

Acusado de homicídio chora em tribunal e nega ter sido autor do crime

Acusado de homicídio chora em tribunal e nega ter sido autor do crime

Brasileiro naturalizado inglês foi assassinado com quatro facadas nas costas enquanto fugia

 

Uma festa na noite das bruxas de 2017 na discoteca Best, em Setúbal, terminou com o homicídio de um homem de 27 anos que tentava fugir de uma rixa à porta do estabelecimento. Miguel Cabral, 25 anos, está acusado de homicídio qualificado por ter esfaqueado mortalmente Thiago Nascimento, 27 anos, brasileiro naturalizado inglês, à traição, pelas costas. O arguido ausentou-se do país ainda antes de ser identificado pela PJ e regressou um ano depois, tendo sido detido após reconhecimento na PJ por uma testemunha que não hesitou assim que viu a sua dentição. Tinha uma falha nos dentes.

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Ontem, no início do julgamento, o arguido de 25 anos negou ter sido o autor do esfaqueamento e chorou perante o coletivo de juízes, reclamando a sua vida de volta. “Eu não fiz nada, quando fui detido pensei que tudo ia ser esclarecido no espaço de um ou dois meses”, afirmou. Sobre a sua ausência do país dias após o assassinato, o arguido defendeu que nada teve que ver com o ocorrido na noite de 31 de outubro de 2017. “Fui esfaqueado um mês antes no bairro da Bela Vista e já tinha acordado com os meus pais que ia passar uns tempos a Cabo Verde para me afastar da vida que levava”. Miguel referia-se ao consumo intensivo de drogas e álcool. A viagem comprada pelo arguido indicava o seu regresso a 31 de Dezembro, porém Miguel apenas regressou a Portugal a 19 de Setembro de 2018.

 

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Na noite de Halloween, 31 de outubro de 2017, decorria uma festa na discoteca Best com a participação de um rapper do Cacém. A vítima, Thiago Nascimento acompanhou o artista, seu amigo. O jovem de 27 anos não queria ir, mas mudou de ideias. Antes de entrar na discoteca, ligou à namorada, com quem tinha um filho em comum.

 

De acordo com testemunhos recolhidos pela investigação, o artista evocou o nome do seu bairro no Cacém, o que não foi do agrado de vários jovens moradores do Bairro da Bela Vista, que exigiram que o cantor evocasse sim o bairro setubalense. Foi neste momento que começaram os confrontos, que passaram rapidamente para o exterior, onde arremessavam pedras da calçada à porta da discoteca.

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Thiago Nascimento decidiu sair sozinho da discoteca e foi emboscado por alguns jovens que o esmurraram e pontapearam. Conseguiu ainda assim fugir, mas no seu encalce seguiu Miguel Cabral, de faca em punho. De acordo com o MP, o arguido conseguiu apanhar a vítima e desferiu quatro golpes nas costas, de cima para baixo. Os golpes atingiram o pulmão de Thiago que foi ainda assistido por elementos do posto da GNR, mas faleceu já no Hospital de São Bernardo, poucas horas depois. O MP considera que o arguido “não conhecia a vítima e foi movido apenas pela vontade de matar”.

 

A investigação acredita que o suspeito atirou a faca para debaixo do carro e pôs-se em fuga antes da chegada das autoridades. Saiu do país três dias depois, para a Ilha de Santiago, Cabo Verde, onde permaneceu com a tia. Assim que a PJ conseguiu a identificação do suspeito, foi à sua procura no Bairro da Bela Vista, porém, os inspetores receberam a indicação de que este tinha ido trabalhar para o Algarve. Miguel Cabral regressou a 19 de setembro de 2018 a Portugal. A Direção Central de Imigração e Documentação do SEF comunicou à PJ de Setúbal a sua chegada e foi notificado para comparecer na PJ, onde foi identificado em linha de reconhecimento e detido. Num primeiro momento, a testemunha teve dúvidas, que se desvaneceram assim que referiu que o poderia reconhecer por uma falha nos dentes. Foram depois realizadas análises ao ADN no Laboratório Nacional da Polícia Judiciária que não o excluíram como tendo manuseado a arma do crime. Miguel Cabral foi formalmente acusado de homicídio qualificado e na fase de instrução, negou praticar o crime, considerando que as provas, testemunha e ADN, não eram suficientes para provar que fosse o autor do homicídio. Manteve a mesma tese no início do julgamento.

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