Nos primeiros nove meses do ano o endividamento líquido do grupo foi de 550 milhões de euros
A Navigator registou, nos primeiros nove meses deste ano, lucros de 201 milhões de euros, uma queda de 26% em relação ao período homólogo, adiantou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
No mesmo período, a empresa obteve um volume de negócios de 1,46 mil milhões de euros, o que representa uma queda de 20%, destacou o grupo, na mesma nota.
A Navigator deu ainda conta de um EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de 377 milhões de euros, uma redução de 32% face a igual período do ano passado.
Nos primeiros nove meses deste ano, o endividamento líquido do grupo foi de 550 milhões de euros, com o impacto da aquisição da Gomà-Camps Consumer, no primeiro trimestre, da distribuição de 200 milhões de euros em dividendos no segundo trimestre, do volume de pagamento de impostos e do calendário de investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), disse a empresa.
Quanto ao terceiro trimestre, a Navigator obteve um volume de negócios de 481 milhões de euros, uma queda de 29% em termos homólogos. Os resultados líquidos neste período foram de 63 milhões de euros, diminuindo 42% face ao mesmo período do ano passado.
“Ao longo do primeiro semestre de 2023 assistimos à redução dos ‘stocks’ de papel de impressão e de embalagem acumulados em toda a cadeia de distribuição a um ritmo mais lento do que esperado”, disse a empresa, apontando “um nível de entrada de encomendas historicamente baixo” nesses segmentos, sendo que no terceiro trimestre houve “uma melhoria ligeira que acompanha o decréscimo dos inventários”.
No entanto, alertou, “o atual ambiente geopolítico e o arrefecimento do crescimento económico mundial estão a provocar efeitos adversos transversais à indústria e ao setor em particular”.
Segundo o grupo, “as vendas de [papel] UWF da Navigator totalizaram 809 mil toneladas nos primeiros nove meses do ano, o que representa uma quebra de 29% face ao período homólogo”.
No segmento da pasta, “as vendas acumuladas em 2023 situaram-se assim em 370 mil toneladas, o que representa um aumento de 83% face ao período homólogo, tendo o valor das vendas (em euros) sido condicionado pelo actual nível de preços, evidenciando ainda assim um crescimento de cerca de 30%”, indicou o grupo.
Por sua vez, o segmento de papel tissue registou um volume de vendas de 102 mil toneladas até Setembro, “um aumento de 32% face ao período homólogo, tendo a evolução favorável de preços levado a um crescimento do valor de vendas de cerca de 51%”, indicou.
Por fim, “a venda de energia eléctrica totalizou cerca de 130 milhões de euros o que representa um decréscimo de aproximadamente 33% face ao período homólogo”, disse a Navigator.
O grupo revelou ainda que nos primeiros nove meses do ano, o seu montante total de investimentos foi de 142 milhões de euros, face a 65 milhões de euros no período homólogo.
O grupo disse que “antecipou em três anos a sua meta intermédia de emissões directas, prevendo alcançar já no final de 2026 os objectivos inicialmente previstos para 2029 no seu roteiro para a neutralidade carbónica”.
Segundo a Navigator, a “antecipação das metas no caminho da descarbonização decorre da concretização dos incentivos do PRR, no âmbito do qual foram aprovados cinco projectos Navigator de cariz ambiental, num investimento global de 158 milhões de euros que serão aplicados em 14 iniciativas, nos Complexos da Figueira da Foz, Setúbal e Aveiro, nos próximos dois anos”.
