28 Abril 2024, Domingo
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Quatro mulheres ilustradoras e Sérgio Godinho compõem programação da Festa da Ilustração

João Paulo Cotrim continua na memória do evento que este ano completa a sua 9.ª edição

 

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A Festa da Ilustração está de volta, este ano com a sua 9.a edição, onde Madalena Matoso, Martina Manyà, Laura Costa e Inês Viegas Oliveira são “caras” do evento que vai ter dezenas de iniciativas ao longo de quatro meses – Setembro a Dezembro.

O regresso está marcado para o próximo sábado, dia da inauguração do certame com a abertura ao público da exposição “Coisas Invisíveis”, de Madalena Matoso, que terá lugar
na Galeria de Exposições da Casa da Cultura, pelas 18h.

Pedro Pina, vereador com o pelouro da Cultura na Câmara Municipal de Setúbal, lembra que o episódio do Charlie Hebdo continua a estar na base do evento e que a palavra “ilustrar” tem um peso maior do que o que lhe é atribuído.

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“Ilustrar é um verbo que pressupõe uma acção. Há 9 anos, quando avançámos para este desafio de fazer uma festa que tinha como principal mote a liberdade e o respeito pela democracia, face aos acontecimentos fatídicos do Charlie Hebdo, mas, acima de tu-
do, uma expressão grande daquilo que é a arte da criação e a liberdade
de quem cria através dos seus traços.

Podemos pensar que ilustrar é um adjectivo, ou outra coisa qualquer, mas de facto é um verbo que prossupõe uma acção”, disse durante a conferência de imprensa de apresentação do certame que decorreu na passada quinta-feira na Casa da Cultura.

O autarca acrescenta ainda que a Festa da Ilustração tem tido uma grande melhoria ao nível dos trabalhos expostos, numa altura em que se aproxima a comemoração de meio
século da Revolução dos Cravos.

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“Ano após ano, para além da qualidade das exposições, para além da estética, cada uma delas em si mesmo encerra, para além dos diferentes espaços que tentamos dessacralizar com exposições, dos avanços e recuos que também fomos tendo, ela não deixa de ser tudo, sobretudo nestes tempos, e continuará a ser sempre esse espaço de afirmação da liberdade, sobretudo quando nos aproximamos de 50 anos de come- morar a liberdade em Portugal”.

Também no âmbito da história de Portugal o vereador lembra que, este ano em que se comemora o centenário de Sebastião da Gama, também o poeta será lembrado no certame
através de uma exposição.

“Gostava ainda de referir, porque a Festa da Ilustração não é uma bolha que vive isolada por mais das suas qualidades e das suas virtudes e, portanto, pensa também aquilo que é o território e o quotidiano e pensa sobretudo naquilo que são as dinâmicas e os acontecimentos. E como não poderia deixar de ser, considerando que estamos no ano em que celebramos o centenário de Sebastião da Gama, estará também uma exposição que se designa como ‘Pelo sonho é que vamos – Sebastião da Gama e Serra da Arrábida’, através de ilustradores da região”.

Cartaz no feminino da “festa a nível mundial”

Expectante para a edição número nove da festividade está também José Teófilo Duarte, curador da Festa da Ilustração, que descreve o certame setubalense como o maior a nível mundial.

“É uma festa, é a festa da ilustração. Digo sempre isto, mas de facto não, não é demais dizer, e é a festa a nível mundial, não há outra festa assim a nível mundial, em que todos os espaços das cidades possam estar ocupados com ilustrações e com actividades”, disse durante a sessão.

Relembrando os valores de Abril, e o cartaz composto no feminino, Teófilo Duarte detalha como eram os tempos para as mulheres ilustradoras antes de 1974.

“Estamos a aproximar-nos dos 50 anos de comemorar a liberdade, esta é uma festa que tem curiosamente – juro que isto não foi picote – mas tem só mulheres como ilustradoras e isto é também uma vitória do 25 de Abril. As mulheres não tinham direito a quase nada, não estou a ver que havia ilustradoras, e as que havia saíram do anonimato muito dificilmente”.

O curador não deixou de mencionar o nome de “João Paulo Cotrim, uma figura incontornável e será recordado sempre que se fala em ilustração. De facto, foi ele que ele intensificou a dignidade da ilustração em Portugal”.

Conheça aqui a programação das actividades

Já é conhecido o programa integral da Festa da Ilustração que, apesar de ter inauguração marcada para 30 de Setembro, tem uma actividade planeada para a noite de sexta-feira.

Assim, Madalena Matoso e Martina Manyà vão estar à conversa com José Teófilo Duarte e Jorge Silva, pelas 21h30 na sala José Afonso da Casa
da Cultura.

Já no sábado, dia da abertura oficial, será inaugurada uma exposição das duas ilustradoras – patente até 26 de Novembro –, também na Casa da Cultura mas na Galeria e Espaço João Paulo Cotrim, às 18h. Segue-se a abertura da exposição “Mar Negro”, de Bernardo P. Carvalho, na Galeria da Casa da Avenida (19h) – patente até 31 de Outubro –
ao que se segue o concerto de Luís Vicente Trio em frente à Casa da Cultura (21h30).

Uma semana depois, a 7 de Outubro, inauguram-se as mostras “Ilustradores Publicados”, da Ilustração Portuguesa (16h) – até 31 de Outubro na Casa da Cultura –; e, “Ditadura,
nunca mais”, de Alejandro “Mono” González (17h) – na Casa Bocage até 31 de Outubro.

Destaque também para “Um outro olhar para o choco frito setubalense”, de Cthulhu Sadino (Pedro Moura, Daniel Maia e Marco Gomes) às 18h – patente até 11 de Novembro no Museu do Trabalho Michel Giacometti; e ainda a exposição de Laura Costa na Galeria do Onze (19h) – patente até 15 de Novembro.

Também a partir de 7 de Outubro estão abertas ao público as exposições “Pelo Sonho é que Vamos – Sebastião da Gama e a Serra da Arrábida” na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal e na Biblioteca de Azeitão, até ao último dia desse mesmo mês; e, “Ver ao Perto”, de ilustradores da região, na Casa do Largo até 29 de Outubro.

Ainda a mostra de Inês Viegas Oliveira, na Livraria Culsete até 30 de Novembro; e ainda, “Mais Cinco” de Sérgio Godinho e os 40 ilustradores, no Museu de Setúbal/Convento de Jesus, até 30 de Dezembro. Mas há também outras actividades planeadas para os próximos quatro meses. Exemplo disso é a Feira Gráfica no espaço A Gráfica – Centro de Criação Artística, a 7 de Outubro às 16h. Ou as visitas guiadas com a presença dos autores e curadores das exposições, na Casa da Cultura às sextas-feiras pelas 10h – mediante marcação através do número de telefone 265 236 168.

A pensar nos mais pequenos está programado o evento “As páginas tantas… quantas? Especial Festa da Ilustração” a 21 de Outubro pelas 15h30 na Galeria e Espaço João Paulo Contrim da Casa da Cultura. A iniciativa é indicada para crianças com idade superior a 3 anos, que têm de se fazer acompanhar por um adulto, por um preço de 5 euros.

Quarteto | As artistas-mulheres do cartaz

São quatros as artistas-mulheres que estão no centro das exposições e actividades que vão marcar os próximos quatro meses. Madalena Matoso, Martina Manyà, Laura Costa e Inês Viegas Oliveira ganham assim espaço nas galerias sadinas para expor os seus trabalhos.

O nome deste ano como convidada nacional é o de Madalena Matoso que vai ter “palco” logo na abertura do certame com a mostra “Coisas Invisíveis” a abrir as portas na Galeria de Exposições da Casa da Cultura esta sexta-feira, pelas 18h.

Com a internacionalização do evento a organização opta por convidar todos os anos um artista estrangeiro para completar o leque de ilustradores nacionais. Assim surge o nome de Martina Manyà que apresenta a exposição “Contágio, Serigrafi as Mutantes”, “com trabalhos, pautados pelo caráter abstrato”, também a inaugurar na sexta-feira no Espaço João Paulo Cotrim, na Casa da Cultura.

Laura Costa, falecida em 1993, recebe uma homenagem póstuma com a mostra de
alguns dos seus trabalhos desenvolvidos “para livros e jogos tradicionais” que estará patente a partir de 7 de Outubro na Galeria do 11.

A fechar o naipe da ilustração no feminino está Inês Viegas Oliveira, vencedora do Prémio
Nacional de Ilustração 2023, que vai revelar o seu primeiro trabalho, que conta com textos e ilustrações próprias, em “O Duelo”, na Livraria Culsete a partir de 7 de Outubro.

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