26 Abril 2024, Sexta-feira
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Zeca Afonso eternizado na freguesia em escultura inaugurada no dia da liberdade

Obra em aço retrata o autor de “Grândola, Vila Morena”, canção utilizada como senha pelo Movimento das Forças Armadas no 25 de Abril de 1974

 

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A freguesia de Azeitão conta desde ontem, dia em que se assinalou o 49.º aniversário da Revolução dos Cravos, com uma escultura dedicada a José Afonso, autor de “Grândola, Vila Morena”, canção utilizada como senha pelo Movimento das Forças Armadas no 25 de Abril de 1974.

A peça escultórica, instalada no Rossio de Vila Nogueira, foi inaugurada pelos presidentes da Junta de Azeitão, Sónia Paulo, e da Câmara de Setúbal, André Martins, com Zeca Afonso a estar agora eternizado na freguesia onde viveu os oito últimos anos da sua vida.

A obra em aço Corten, na qual está escrita a frase “Zeca Afonso em Azeitão (1979/1987), é da autoria do artista setubalense Ricardo Crista e “retrata o poeta, cantor e compositor a empunhar um cravo no seu último concerto em Lisboa, realizado em 29 de Janeiro de 1983 no Coliseu dos Recreios”, explica a edilidade em comunicado.

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Na cerimónia, a presidente da Junta de Freguesia explicou que “Azeitão ganha uma nova obra com a certeza que faz a justa homenagem a José Afonso e a todos os que lutaram e levaram a mensagem encorajadora e determinante para que a revolução acontecesse”.

“Esta é uma homenagem a Zeca Afonso, mas também a muitos cantautores da música de intervenção, que nos mostram o quanto a arte e a cultura têm o poder de transformar”, acrescentou a autarca. Para Sónia Paulo, “as letras das canções de Zeca Afonso”, que nasceu em Aveiro a 2 de Agosto de 1929 e faleceu em Setúbal a 23 de Fevereiro de 1987, “continuam com uma actualidade impressionante”.

“Talvez a mais emblemática seja “Os Vampiros”, cuja mensagem se mantém na sociedade”, destacou. Já o presidente da Câmara Municipal reconheceu que “Zeca Afonso foi um homem do mundo, que cantou músicas e poemas populares”.

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“Popularizou o saber de muitas regiões deste país que viviam amordaçadas e isoladas, mas que tinham um sentir muito profundo”, disse. Além disso, referiu-se a Zeca Afonso como uma das “referências” que se espera que “marquem a vida dos portugueses para o futuro”.

O edil destacou ainda que “as raízes do povo” chegaram ao conhecimento da população através “das músicas e das composições de José Afonso” baseadas em “dizeres populares”, o que “aconteceu de uma forma mais generalizada a seguir ao 25 de Abril”, uma vez que antes dessa data “era tudo, ou quase tudo, proibido” em Portugal.

Enquanto isso, Sónia Paulo realçou que, apesar de ter sido “alvo de silenciamentos constantes e opressores pela ditadura”, José Afonso “nunca desistiu” e viria a torna-se “um rosto incontornável da história de Portugal”.

“Essa é a maior das heranças que devemos preservar e continuar a lutar para que os direitos adquiridos nunca seja perdidos”, frisou a presidente da Junta de Azeitão.

Na homenagem, que “terminou com elementos do grupo de teatro Perpetuus, da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, a declamarem poemas de José Afonso e com a actuação do Grupo Coral Alentejano Os Amigos dos Sadinos”, estiveram também presentes vereadores da Câmara de Setúbal e membros da Assembleia Municipal.

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