18 Abril 2024, Quinta-feira
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Operadores portuários partilham experiências e debatem intermodalidade no Porto de Setúbal

Yilport, Tersado, Rodocargo, Associação dos Transitários de Portugal e Comunidade Portuária de Setúbal fazem retrato do sector

 

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Para debater “A Intermodalidade e o Porto de Setúbal” sentaram-se à mesa, na tarde de quarta-feira, Ignacio Rodriguez, da Yilport Setúbal, Pedro Constantino, da Tersado, Manuel Novais, da Rodocargo, e António Nabo Martins, da Associação dos Transitários de Portugal.

Na Casa da Baía, os operadores portuários, com António Belmar da Costa, da APTMCD/Intermodal Portugal, e Carlos Correia, presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), trocaram experiências sobre o trabalho que desempenham no Porto de Setúbal, analisaram as suas potencialidades e vantagens, o desenvolvimento no transporte e movimentação de mercadorias e a modernização das infra-estruturas.

A moderação do painel, inserido no fórum “Investir, Inovar e Descarbonizar”, que visa assinalar o centésimo aniversário do Porto de Setúbal, esteve a cargo de Fernando Gonçalves, da Transportes & Negócios, entidade organizadora do seminário, a par da Intermodal Portugal. Para Ignacio Rodriguez, da Yilport, “a intermodalidade não é um conceito novo”.

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“Desde sempre foram utilizados vários transportes para atingir o objectivo: facilitar o comércio. O que está a causar esta revolução dentro da intermodalidade é o uso das novas tecnologias e, enquanto operadores, temos de optimizar os nossos recursos e o trabalho que já fazemos”.

No seu entender, “intermodalidade requer esforço privado e público, tem de ser uma mistura de esforços de ambas as partes, a uma só velocidade, e tem de ser transversal, tendo capacidade de mudar conforme seja preciso mudar”.

Já Pedro Constantino centrou a sua intervenção no papel da Tersado na intermodalidade do Porto de Setúbal, concessionária do Terminal Multiusos Zona 1 desde 2004, que tem vindo a ser, nas suas palavras, “um terminal funcional e versátil”.

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“Temos a missão de oferecer um elevado nível de serviços portuários e ser um operador portuário de referência”, afirmou, reconhecendo ainda a “excelente localização e acessibilidade privilegiada, por rodovia e por ferrovia” do Porto de Setúbal.

“Com mais investimentos iremos com certeza mais longe, em inovação constante, sempre à procura de novas soluções para as necessidades que vão surgindo”, continuou. No que diz respeito ao tipo de cargas, “a Tersado é um verdadeiro multiusos”.

“Este potencial brutal deve ser explorado”

Nas palavras de Manuel Novais, da Rodocargo, “o modo rodoviário tende a reduzir drasticamente nos próximos anos e a estratégia passa precisamente por ser um operador multimodal”. No domínio da logística automóvel, partilhou que “a Autoeuropa já teve em tempos comboio da fábrica para o Porto de Setúbal”.

“Em 2019 vimos nesta necessidade a oportunidade de nos iniciarmos no transporte ferroviário”. De acordo com a visão da Rodocargo, operador “que mais carros movimenta”, não existe “espaço no Porto de Setúbal para mais navios, para mais estacionamentos”.

Em 2019 movimentou “mais de 200 mil viaturas do Porto de Setúbal, não apenas exportação oriunda da Autoeuropa, que produz hoje, em velocidade cruzeiro, 900 carros por dia, dos quais cerca de 80 a 82% vem para o Porto de Setúbal”. “Se não tirarmos uns milhares de carros por semana rapidamente a cadeia pára”, garantiu Manuel Novais, para depois reforçar “a necessidade de espaço que existe no Porto, que está a crescer”.

Esta situação “está a trazer constrangimentos no sentido de não conseguir trazer mais negócios”. “O Porto de Setúbal tem um potencial brutal para crescer nesta vertente automóvel e de forma geral, que podemos e devemos explorar, a bem do desenvolvimento económico da região e nacional”.

Em representação da Associação dos Transitários de Portugal, António Nabo Martins encontra no Porto de Setúbal “diversidade na movimentação de cargas e um grande potencial em termos ferroviários e de intermodalidade, neste momento até muito melhor que Lisboa”, pelo que defende “a parceria com os operadores ferroviários” e a criação de “sinergias”.

“Temos de pensar no quinto meio de transporte – a intermodalidade – e olhar para a sustentabilidade da cadeia de transportes que conseguimos criar”. Na sessão de encerramento, Felício Gomes, da Comunidade Portuária de Setúbal, apresentou o peso de cada modo de transporte no Porto de Setúbal, com seis mil comboios por ano, correspondentes a aproximadamente 30% das mercadorias movimentadas no Porto de Setúbal, o segundo nacional em movimentação de mercadoria por ferrovia.

A rodovia, por seu turno, representa 70% das mercadorias movimentadas. Na sua intervenção, lembrou ainda o “debate entre a Comunidade Portuária de Setúbal, a APSS e a Câmara Municipal de Setúbal relativamente a intervenções a fazer na N10-4, com vista a uma melhor fluidez do tráfego e incremento de segurança”.

“Ainda não se encontrou a solução que se entende ser a melhor”, disse, frisando por fim a importância da “relação mais sã possível entre o trabalho portuário e a vivência na cidade”.

Programa Encontro inicia celebrações do centenário

Neste programa comemorativo dos cem anos do Porto de Setúbal, que tem como mote “Movemos Setúbal no mundo”, o fórum “Investir, Inovar e Descarbonizar” contempla mais quatro seminários, com os temas “Inovação e sustentabilidade”, em Março, “Igualdade de género IGEN”, em Maio, “Porto de Setúbal, elo da região ao mundo”, em Setembro, e “Valorizar a reindustrialização e a logística”, em Dezembro, mês em que o porto sadino celebra o 100.º aniversário, no dia 18.

Actividades desportivas, como corridas, caminhadas, passeios e regatas, acções educativas, de limpeza e de voluntariado integram o conjunto de iniciativas previstas, dinamizadas pela APSS, pela Câmara Municipal de Setúbal e pela Comunidade Portuária de Setúbal, a desenvolver até ao final do ano. No domínio da cultura, estão previstas exposições fotográficas, exposições artísticas, exposições históricas, workshops e visitas.

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