Pela primeira vez na Casa Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama
Depois de consecutivos adiamentos, foi entregue, na tarde de sábado, o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, na Casa Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama, em Vila Nogueira de Azeitão.
“Distância de mim para mim” é a obra vencedora da edição de 2020, da autoria de Anabela Coelho, que assina com o pseudónimo Luísa Vasconcelos.
O livro, publicado pela Associação Cultural Sebastião da Gama, conta com capa de António Galrinho.
Anabela Coelho, já distinguida com vários prémios literários nas modalidades de conto e poesia, enalteceu a iniciativa que, nas suas palavras, “continua a perpetuar o poeta da Arrábida no mundo e ao mesmo tempo dá-me também a possibilidade de mostrar a minha modesta poesia”.
De acordo com a apreciação do júri, “estamos perante um conjunto de versos simples e diversificados, muito intuitivos e sentidos, desvendando uma panóplia de gostos por pessoas, lugares e coisas, que preenchem o universo da autora e revelam percursos quotidianos”.
Em representação da associação, a sua presidente, Alexandrina Pereira, começou por contar que o prémio, que remonta a 1988, surgiu por iniciativa das então duas juntas de freguesia existentes em Azeitão – de São Lourenço e de São Simão.
Tendo sempre presente a importância de perpetuar a memória do poeta da Arrábida, recordou ainda que Joana Luísa, a mulher de Sebastião da Gama, desempenhou em várias edições o papel de jurada da iniciativa e que desde 2007 a associação tem vindo a organizar bianualmente o certame, em colaboração com a Junta de Freguesia de Azeitão e a Câmara Municipal de Setúbal.
“Um prémio que honra Sebastião da Gama e Joana Luísa”
Nesta que é a 16.ª edição do prémio, Celestina Neves, presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, disse ter encontrado uma “entrega singela, que é ao mesmo tempo a melhor forma que alguma vez já foi entregue, porque pela primeira vez acontece na Casa Memória.
Este é um prémio que efectivamente honra Sebastião da Gama e Joana Luísa e daqui em diante será sempre em crescente”. A edil adiantou ainda: “a concretização deste projecto, desta Casa Memória, é, entre tudo o que fiz até agora, das coisas que mais alegria me dá”.
Presente esteve também Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, que iniciou a sua intervenção parabenizando a freguesia azeitonense, “que teve a visão de continuar a perpetuar o nome deste grande poeta que foi Sebastião da Gama, convictos e se calhar movidos pela grande mulher que se chamava Joana Luísa e que teimosamente dizia que a obra deste poeta não podia nunca ser esquecida”.
A autarca partilhou ainda a sua primeira inauguração em Setúbal enquanto vereadora com o pelouro da cultura da Câmara Municipal, no Verão de 2002: “inaugurámos a mercearia do Museu do Trabalho e nesse momento, ou seja, o primeiro poema que li em Setúbal foi ‘Pelo sonho é que vamos’, de Sebastião da Gama”.
Também os vereadores da autarquia setubalense Ricardo Oliveira e Pedro Pina marcaram presença. O responsável pelo pelouro da educação e da saúde reforçou a “importância de que a Junta de Freguesia de Azeitão, a Câmara Municipal de Setúbal e a Associação Cultural Sebastião da Gama continuem a investir na palavra, na valorização da palavra, que é a forma como nos exprimimos, como vivemos os nossos sentimentos e como nos entendemos”.
Por seu turno, Pedro Pina, que assume o pelouro da cultura, considerou que “o prémio é uma marca incontornável da cultura de Setúbal”, desejando que assim continue, uma vez que “a poesia é ainda um lugar de sonho, esperança e liberdade”.