23 Abril 2024, Terça-feira
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Ordem de Sant’iago apoia 45 alunos com dificuldades ou terapias de inclusão

Estabelecimento de ensino recebe também diariamente dez estudantes de famílias com trabalhadores de serviços essenciais

 

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Para cerca de 45 estudantes do Agrupamento de Escolas Ordem de Sant’iago, as portas do estabelecimento de ensino situado no Bairro da Bela Vista abrem-se duas vezes por semana, quer seja para os jovens “para quem o ensino à distância revela algumas dificuldades”, quer para os alunos que frequentam “terapias ao nível do Centro de Recursos para a Inclusão”, explicou o director Pedro Florêncio a O SETUBALENSE.

Para colmatar estas necessidades, o agrupamento tomou a decisão de eleger a Escola Básica e Secundária Ordem de Sant’Iago como edifício-sede, local para onde se deslocam “os alunos nestas condições, divididos em grupos”, também para que não lhes seja perdido “o rasto”. “Fizemos aqui uma articulação muito fina com as entidades que os apoiam, que são a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens (CPCJ), o Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP) e a Equipa Multidisciplinar de Apoio Técnico aos Tribunais (EMAT), uma vez que foram elas que identificaram quem são efectivamente os alunos de risco que convêm ter aulas e apoios presenciais”, esclareceu Pedro Florêncio.

“Esta medida serve até para os podermos seguir, saber se está tudo bem, porque muitas vezes a escola é também um excelente ponto de abrigo e um bom equipamento social onde podem estar em segurança”, acrescentou.

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No que diz respeito aos jovens “provenientes de famílias de trabalhadores de serviços essenciais”, o estabelecimento de ensino acolhe diariamente “dez alunos, desde o pré-escolar ao 2.º ciclo”. No entanto, está em cima da mesa a abertura, “se o confinamento durar mais tempo daquele que está previsto”, de uma outra escola para os alunos “mais pequenitos”. “Neste momento temos dois, mas são de estabelecimentos de ensino diferentes. Estamos a ponderar porque vão para um ambiente mais adequado à sua faixa etária. A ideia de os colocar ali [edifício-sede] foi para não os isolar”, revelou.

Já os restantes estudantes, segundo disse, têm reunidas todas as condições para acompanhar as diferentes actividades à distância, depois de terem sido atribuídos “mais de 750 computadores aos alunos com escalão A e B”. “Esta entrega, feita no âmbito da Escola Digital, programa do Ministério da Educação no âmbito da transição digital, não deixou de ser um trabalho hercúleo do agrupamento, porque atribuir um computador não é só a entrega do mesmo, mas é sim um processo ainda moroso”, afirmou.

Também a aquisição de uma nova plataforma – o Office 365 – tem “facilitado o ensino à distância”. No que diz respeito “às restantes horas das disciplinas curriculares, quer ao nível do ensino básico, quer do secundário”, os tempos foram divididos “por aulas síncronas, assíncronas e por trabalho autónomo”. Relativamente aos cursos profissionais, a direcção decidiu “empurrar os módulos mais práticos para o 3.º período”, leccionando agora “aqueles mais práticos”, sendo que também “a formação em contexto de trabalho (estágios) foi reformulada com recurso à prática simulada”.

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No entanto, e apesar de fazer um balanço positivo das últimas semanas de aulas via online, Pedro Florêncio esclarece que este não é o seu sistema de ensino predilecto, uma vez que as características do agrupamento “são bastante particulares, por pertencer a um Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP), o único do concelho de Setúbal”. “Não há nada como o sistema presencial, e ainda mais neste TEIP, onde é importante mantermos contacto visual. No ensino à distância isto torna-se tudo muito mais difícil atrás de um ecrã”.

Para que o processo continue a decorrer da melhor forma, o agrupamento tem estabelecido “uma articulação muito estreita e regular com as famílias destes alunos, para se perceber quais são as duas dificuldades, nomeadamente com os estudantes considerados de alto risco”. “Fazemos também uma monitorização quinzenal, que possibilita ir redefinindo a estratégia e as metodologias do ensino à distância”.

Dificuldades dos pais ultrapassadas com alternativas

Com a implementação de uma nova plataforma digital, Pedro Florêncio refere que alguns pais demonstraram dificuldades no acesso às aulas, “como era expectável”. Para estes casos, o agrupamento conseguiu arranjar “estratégias diferentes”.

“Por exemplo, nós utilizávamos o Zoom ou o Teams, mas há pais que não conseguem lidar com este tipo de ferramentas, tendo apenas acesso a um e-mail. Nesses casos nós explicávamos e a coisa corria bem. Quando não corre logo da melhor forma, arranjamos alternativa. Deixamos os trabalhos numa ‘Cloud’ e os pais conseguem mais facilmente imprimir os trabalhos e as actividades”.

Estas soluções pretendem “não deixar ninguém de fora, sem trabalho ou acompanhamento”. “A ideia é que os professores não fiquem presos a uma única plataforma, mas sim que possam chegar a todos os alunos e encarregados de educação. Ninguém, no nosso plano de ensino à distância, fica de fora e isso é o mais importante”, concluiu.

Pedro Florêncio diz que balanço positivo se deve à sua equipa

Para o director do Agrupamento de Escolas Ordem de Sant’Iago, Pedro Florêncio, o balanço positivo que faz das últimas semanas de ensino à distância deve-se ao trabalho desenvolvido pela sua equipa, de quem diz sentir “um orgulho enorme”.

“Não sendo profissionais da área da saúde, acho que estivemos na linha da frente no que à educação diz respeito, porque nunca deixámos de trabalhar. Considero que os professores estão efectivamente de parabéns porque nunca cessaram a sua actividade e porque mostraram que têm uma grande capacidade de adaptação a tudo aquilo que se lhes apresenta”, reforça.

Com o seu contributo, afirma que “é fácil ser-se director assim”. “Não sendo fácil ensinar num TEIP à distância, torna-se mais simples quando temos um grupo de professores motivado, que arregaçam as mangas todos os dias, vêm as coisas sempre como um desafio e não vergam perante as dificuldades. Acho que conseguimos fazer alguns pequenos milagres”, confessa.

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