Nuno Carvalho ataca PS dizendo que “se as contas do país não incluem a saúde dos portugueses, não são contas certas”
O PSD iniciou ontem um “roteiro pela saúde” com uma visita à direcção do ACES Arrábida, onde o cabeça-de-lista pelo distrito confirmou a “preocupação pelo estado dos serviços de saúde na cidade e na região”, informou a candidatura social-democrata em comunicado enviado ontem.
Segundo o partido, os dados recolhidos indicam que o número de médicos de família do ACES Arrábida continua “abaixo do necessário e muito distante da promessa do governo de 97% de utentes com médico de família”. Os exemplos apontados são as unidades de saúde de São Sebastião, em Setúbal, com uma taxa de 45,4% de utentes sem médico de família, da Venda do Alcaide, em Palmela, com 99,8%, e a do Bairro dos Marinheiros, na Quinta do Conde, com 100%.
“São números assustadores e que provam que não há investimento na saúde que na realidade as cativações são a nova forma de ter um défice que não está nos cofres do Estado nos serviços do Estado”, afirma Nuno de Carvalho.
O cabeça-de-lista do PSD pelo distrito de Setúbal diz que “o investimento nas infraestruturas é parco, sendo que algumas unidades deste ACES se encontram no limite da sua operacionalidade e de resposta aos seus utentes”, e acrescenta que “as próprias acessibilidades destas estruturas são deficientes, muitas não prevendo acessibilidade a utentes com mobilidade reduzida”.
“Outra preocupação” apontada pelos social-democratas são as listas de espera para as consultas nos diversos hospitais da região. “Há atrasos em varias especialidades, com tempos de espera assustadores”, dizem, apontando como exemplo o Centro Hospitalar de Setúbal, onde a “consulta de Oftalmologia tem 201 dias de espera e 4.540 doentes inscritos”.
Nuno Carvalho conclui que a situação é identica ao que se passa com o passe social, nos transportes públicos. “Tal como nos transportes públicos, nos hospitais os serviços estão esgotados e o PS insiste no mesmo tipo de promessas, impossíveis de cumprir. O Governo PS primeiro promete e depois descobre que não pode cumprir. No limite só conseguem sobrecarregar o serviço que neste momento já não dá resposta.”, afirma.
O candidato do PSD chega à conclusão que “estes dados chocam com as afirmações do PS sobre o investimento na saúde e com as promessas presentes no seu programa eleitoral” de onde destaca “o vale de pagamento de óculos a todas as crianças e jovens até aos 18 anos e pessoas com mais de 65 anos”. Nuno Carvalho sustenta que “essa medida não é conciliável com o actuais tempos de espera para a especialidade de oftalmologia, sendo assim ineficaz e impraticável”.
Para o cabeça-de-lista laranja, “o PS não reduziu o défice do Estado, porque no lugar de contas deficitárias temos agora serviços públicos deficitários. Se as contas do país não incluem a saúde dos portugueses, então não são contas certas.”.