No total serão dois mil contentores de 40 litros num investimento de 950 mil euros
A Câmara Municipal de Sesimbra está prestes a iniciar a recolha de biorresíduos, resíduos biodegradáveis que são produzidos diariamente na cozinha de cada um, com circuitos porta-a-porta e com um circuito de contentores colectivos.
Cascas de frutas, sobras da preparação de refeições ou mesmo restos de comida são alguns dos resíduos que a partir de agora poderão ser posteriormente transformados em energia e composto, sem esquecer que também os resíduos verdes do jardim ou da horta podem ser considerados nesta equação.
Estima-se que estes resíduos orgânicos representem cerca de 40 % do lixo produzido. Com este processo de recolha, será possível reduzir a produção de lixo indiferenciado e não reciclável e a quantidade de lixo em aterro, poupar recursos na gestão dos resíduos e aproveitá-los para produzir energia ou composto para agricultura.
No que respeita ao porta-a-porta, a Câmara Municipal vai começar por entregar contentores de 40 litros individuais em 1 600 residências do Alto das Vinhas, Carrasqueira e em parte da Boa Água 1, na Quinta do Conde, o que abrange aproximadamente cinco mil moradores.
A recolha, neste caso, será assegurada pela autarquia, que reforçou com mais duas viaturas a sua frota para o efeito. Para a recolha colectiva, serão entregues, na zona da Cova dos Vidros, 400 contentores, um por fogo, e haverá um contentor colectivo para recolha no bairro.
No total, serão disponibilizados neste arranque do projecto dois mil contentores. O projecto prevê também a entrega de 115 contentores para os estabelecimentos de restauração das freguesias de Santiago e do Castelo e a intenção é que posteriormente esta recolha se alargue a todo o concelho.
A recolha de biorresíduos, cuja operação representa um investimento de 950 mil euros, faz parte de um conjunto de medidas inseridas na candidatura BioSIM Sesimbra, apresentada pela Câmara Municipal ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos – Portugal 2020, para criar um sistema de recolha selectiva de resíduos urbanos biodegradáveis no concelho.
De acordo com a própria autarquia, esta “é uma candidatura que reflecte o empenho da autarquia na melhoria da higiene urbana e qualidade de vida dos cidadãos” e é “mais um passo muito significativo em termos ambientais por parte do município, na medida em que contribui para reduzir a deposição destes resíduos em aterro, bem como os custos associados à sua triagem e deposição, indo assim, ao encontro do cumprimento das metas estabelecidas na Directiva Quadro dos Resíduos e no Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU 2020)”.
Nos últimos anos, a Câmara Municipal de Sesimbra tem investido nesta área, com a aquisição de meios, viaturas e contentores, o reforço das equipas e a implementação de novas formas de recolha, mais amigas do ambiente e adaptadas ao quotidiano dos cidadãos.
A abertura dos REMOVE, para a deposição de monos e verdes, ou o início da recolha porta-a-porta, em 2019, que numa primeira fase abrangeu mais de mil lares na freguesia da Quinta do Conde e está agora a alargar-se à freguesia do Castelo, são exemplos práticos desse trabalho.