O certame, organizado pela AMRS, respectivos municípios e o movimento associativo juvenil, define-se como “o festival mais jovem da região e do país”
O Festival Liberdade, projecto regional assumido pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) e os municípios seus associados, em parceria com o movimento associativo juvenil da região de Setúbal, pretende criar espaços de discussão e participação de jovens, “numa visão de esperança e confi ança na capacidade transformadora de que a juventude é natural portadora”.
Em nome individual, associações juvenis e de grupos informais de jovens, o festival, espaço de cultura e convívio faz-se das ideias e das iniciativas da juventude. No presente, o Festival Liberdade é, de acordo com a AMRS, “um projecto icónico que extravasa em muito as definições de um festival de música. Representa um espaço único de expressão para os jovens da nossa região, que se envolvem do princípio ao fim, construindo, participando, usufruindo. É feito de ideias e iniciativas da juventude, nas mais variadas áreas”.
A organização deste festival é, assim, realizada através de um Fórum Regional do Movimento Associativo Juvenil, composto pela AMRS, os seus municípios associados e o Movimento Associativo Juvenil, “a quem compete abordar as linhas gerais do Festival Liberdade, assumindo os valores de Abril e da Liberdade, procurando que nele se reflictam a expressão e manifestação da dinâmica, da criatividade, da irreverência e do trabalho do movimento juvenil e associativo protagonizado na região de Setúbal”.
“Uma experiência sem igual no país”
Preparar e planificar o programa do Festival Liberdade é competência do comité organizador, no qual se integram a AMRS, os municípios associados e os representantes do movimento associativo da região. Simão Calixto, presidente da Associação Projecto Ruído, participa no festival desde 2015 e este ano, com a edição a realizar-se entre os dias 1 e 2 de Julho na Quinta do Conde, não foi excepção.
“Na associação, temos participado de muitas formas, incluindo no comité organizador e fazemos sempre questão de ser também impulsionadores do encontro do movimento associativo”, diz. “Os encontros do movimento associativo sempre foram muito enriquecedores para mim enquanto dirigente, na perspectiva de troca de experiências e conhecer outras realidades que depois enriquecem a nossa”, adianta, considerando que “disponibilizar espaços colectivos de troca de experiências enriquece o trabalho de todos”.
No seu entender, este festival tem “a maior importância” e mostra “o que de melhor é feito pela juventude na região e acho que é mesmo uma experiência sem igual no país, pelo menos não conheço outra”.
A companhia Sui Generis, composta por Lara Matos, Mariana Varela e Tiago Filipe, estreou-se este ano no Festival Liberdade, com o objectivo de “dar a conhecer o trabalho realizado até agora” e “ficar a conhecer outros artistas e estruturas do distrito, que partilhem os nossos interesses, desafios e visões, com os quais possa ser possível criar uma série de sinergias para que no futuro a arte floresça ainda mais esplendorosa no distrito”.
Para a estrutura artística da Quinta do Conde, “é muito importante trabalhar numa relação de grande proximidade. Sem este encontro o teatro perde a sua essência” e marcar presença no festival foi “mais um passo nessa direcção. Permitiu-nos chegar aos jovens e abriu possibilidade para estes mostrarem os seus projectos e partilharem experiências. Na maioria das vezes é difícil para a juventude encontrar um espaço que a acolha e permita divulgar junto do público o seu trabalho”.
Uma estreia neste encontro foi igualmente a All aBoard, associação que tem como fi nalidade dar oportunidade a todos, sem excepção, de praticar a modalidade de skate, independentemente do género, idade, condição física, social e/ou financeira. Com um stand, enquanto parte do movimento associativo, na iniciativa “Arte em liberdade”, e também na vertente da dinamização desportiva, concretizou a sua participação em várias frentes, sem esquecer o facto de ter integrado o comité organizador.
“Tivemos uma acção para todos os visitantes do festival que quisessem experimentar o skate connosco. Foi a nossa primeira vez neste festival e num festival e tem sido interessante conhecer todas as pessoas envolvidas, não só dos municípios, mas também de outros grupos e associações”, começa por dizer Filipa Bento, da equipa All aBoard, de que também faz parte Rita Santos, para quem “tem sido importante e engraçado poder partilhar ideias e ver como é que podemos crescer em conjunto”.
Também o concelho de Palmela se faz habitualmente representar neste encontro juvenil, de forma colectiva, através do programa “Março a partir”. Nas palavras de Daniel Silva, presidente da Associação Juvenil Odisseia, do Pinhal Novo, o festival “permite conhecer outras associações de que às vezes estamos tão perto e, no entanto, não sabemos que existem. É um ponto de ligação e conhecimento”.