Casting para o projecto que visa promover o teatro junto dos jovens do concelho acontece esta tarde
Neste novo ano lectivo, a Companhia de Teatro Escola “Entre Palcos” vai dividir o seu trabalho entre o Centro de Estudos Culturais e Acção Social “Raio de Luz”, em Sampaio, e o Centro Cultural, Social e Recreativo “A Voz do Alentejo” na Quinta do Conde.
Para além da mudança para Sampaio, uma vez que antes ensaiavam no Cineteatro Municipal João Mota, em Sesimbra, o alargamento de acção do projecto, dinamizado pelo Projecto de Inclusão pela Arte (Pipa) e pela Câmara Municipal de Sesimbra, até à freguesia da Quinta do Conde é igualmente uma novidade e um sonho tornado realidade.
“Vamos começar uma nova fase com novos desafios e esta chegada à Quinta do Conde vem trazer o que há muito tempo esperávamos. Sabendo que é uma das freguesias com mais jovens, vai precisamente ao encontro daquilo que move o Pipa, poder dar uma resposta nestes projectos de inclusão pela arte, promover e trabalhar em projectos artísticos com jovens”, começa por dizer Patrícia Reis, directora artística e encenadora da “Entre Palcos”, a O SETUBALENSE. “Operar nas instalações d’A Voz do Alentejo, com quem estabelecemos uma parceria, acaba por ser uma forma muito directa de estarmos em contacto com a comunidade, intervirmos em proximidade e criarmos realmente projectos participativos em que os jovens fazem parte do todo”, continua.
A arte como veículo para resolver problemas e questões sociais
Com estes dois locais novos, o projecto “Entre Palcos” passa, assim, a estar mais próximo do seu público-alvo. Até agora, encontrava-se sedeado somente em Sesimbra e “nem tão perto dos jovens como queríamos. Conseguimos descentralizar e levar para os sítios onde eles estão realmente. Tanto num local como no outro agora estamos muito mais perto deles, das escolas, dos locais que frequentam e por conseguinte estamos neste contexto mais ligado à educação”.
Nas palavras de Patrícia Reis, o eixo do trabalho que ambicionam desenvolver “é a parte artística educacional, pela qual sempre batalhámos, que vem trabalhar a inclusão e uma nova forma de olhar para os problemas e para as questões sociais como algo que podemos tentar apoiar, suportar e ajudar a ultrapassar utilizando a arte como veículo”.
A necessidade de chegar à freguesia quintacondense justifica-se também pelos oito elementos do grupo que semanalmente se deslocavam a Sesimbra “para ir ao teatro, por isso, quando fizemos a deslocação para Sampaio não quisemos deixar de propôr também a abertura do grupo que há muito esperávamos na Quinta do Conde”.
Neste sentido surge então uma parceria com o Centro Cultural, Social e Recreativo “A Voz do Alentejo”, local onde se realiza o casting esta tarde e onde passarão a ensaiar semanalmente a partir da próxima quarta-feira, dia 21, ainda com horários a definir de acordo com a disponibilidade dos elementos participantes mas sempre ao final do dia. “Assim que lançámos o desafio começaram a chover inscrições. Para além das oito pessoas que já tínhamos na Quinta do Conde, já temos 15 inscrições, mesmo ainda antes do casting”, diz, para depois acrescentar que a presença do grupo na colectividade pode ser ainda “uma forma de promover a freguesia, criar uma dinâmica diferente no espaço e gerar uma oferta nova”.
No que diz respeito ao casting desta tarde, marcado para as 17h00, Patrícia Reis partilha que a premissa mantém-se a mesma, desde o início do grupo: “os jovens que já estão na companhia são parte do júri. Para nós é muito importante e eles sentem-se valorizados, sentem isto como uma conquista e estão ao mesmo tempo a trabalhar diferentes competências. E não interessa se corre muito bem ou muito mal. Há muitos castings que não correram nada bem e os jovens ficaram”.
Em Sampaio, o encontro está marcado às quintas-feiras. “Neste momento temos 22 inscritos. Vamos ter de dividir o grupo em dois sub-grupos. Também vão entrar pessoas novas neste grupo mas não há casting porque estava superlotado, já com jovens que estão há muito tempo à espera para entrar e que até já têm participando nos nossos projectos”, conclui