20 Abril 2024, Sábado
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Companhia “Entre Palcos” aposta na criação a partir de metodologia de arte participativa

O projecto, que surge para promover o teatro no concelho, pensa os espectáculos com e para os jovens

A companhia de teatro-escola “Entre Palcos”, residente no Cineteatro Municipal João Mota, em Sesimbra, nasce com a intenção de promover o teatro no concelho junto dos mais jovens.

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“Este projecto surge no seio da Anime.paf – Projecto de Animação e Formação, dando os primeiros passos no espaço do Anfiteatro da Boa Água, na Quinta do Conde”, começa por explicar Patrícia Reis, directora artística e encenadora, a O SETUBALENSE.

“Desde início testamos uma metodologia, muito próxima dos jovens, que acreditamos ser de arte participativa, em que os espectáculos são pensados para e por os jovens”, adianta, frisando que “a companhia tem tido sempre esta vertente, muito pedagógica. Quando o espectáculo vai a palco acaba por ser um conjunto de transformações de si para si. Ao longo do tempo, foram surgindo várias questões, que no teatro, através das peças, fomos tentando resolver”.

Com esta metodologia procuraram, assim, dar sempre resposta à comunidade, tendo a companhia de teatro-escola performativa ganhado nova força em 2019. Desde o ano passado, os jovens da companhia, dos 10 aos 18 anos, integram projectos do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), tais como “Geração Z”, “Namorar com fair play” e “70JÁ!”, a partir dos quais estiveram nas escolas do concelho a trabalhar com mais de 500 adolescentes.

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“Para os nossos jovens foi muito capacitante. Trabalhou imensas competências e a companhia acabou também por dar outro pulo por apresentar uma arte mais performativa e por ter outra visibilidade nas escolas, numa vertente mais pedagógica, que começaram a olhar a companhia com outros olhos, com uma oferta diferente”, continua.

Patrícia Reis partilha ainda que o seu foco “não está no espectáculo final mas no processo, o que eles conseguem alcançar é o que me vale mais”. As actividades dinamizadas trazem ao de cima “o melhor dos jovens” e nas palavras da encenadora “o projecto ‘Entre Palcos’ é a magia de poderem ser crianças, sonhar e poderem no mundo louco em que vivemos hoje serem felizes, durante aquele tempo serem o que quiserem ser, respeitando-se mutuamente. Trabalhamos muito os sentimentos e as emoções e por isso este é um espaço de partilha”.

Dinamizado pela Câmara Municipal de Sesimbra e pelo Pipa – Projecto de Inclusão Pela Arte, “este protocolo de parceria é uma oferta a estes jovens e somos gratos por podermos proporcionar tal à comunidade e formar estes jovens nesta educação pela arte participativa. Quando participam investem, sentem-se e fazem parte do todo”, conclui.

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Teatro ajuda jovens “na vertente pessoal”

Em Junho, os jovens dividiram-se em dois grupos para apresentar as peças “Vai dar barraca” e “Casar para quê?”, inspiradas num mesmo texto de Bertolt Brecht “com resultados completamente diferentes”.

Beatriz Saraiva, de 17 anos, é uma das jovens que integra a companhia, há oito anos. “Temos evoluído, com as várias peças que temos vindo a apresentar”, refere, encontrando nesta última “uma experiência engraçada. Ao longo do tempo tem corrido tudo bem e mesmo os obstáculos que acontecem no grupo são trabalhados, entre todos”. Para a jovem, a experiência “tem sido importante. O teatro ajuda-me muito na concentração e a forma como me expresso também melhorou muito”.

Por sua vez, Mercês Mata, da mesma idade, faz parte da companhia há cerca de sete anos e regista igualmente uma evolução positiva, sobretudo nas temáticas das peças. “Fazíamos peças mais para crianças e com o tempo temos feito mais drama e comédia, vamos crescendo e a densidade das peças tem vindo a aumentar”, considera. “Para sermos bons a explorar os sentimentos fictícios das nossas personagens também temos de o saber fazer com os nossos. A Patrícia ajuda-nos a fazer isso e também na nossa vertente pessoal”, continua.

Com 16 anos, Beatriz Pólvora frequenta a companhia há sete e partilha que o teatro “mudou completamente a minha maneira de ser. Foi um crescimento pessoal enorme, o teatro é como se fosse uma libertação”. Nas suas palavras, esta última apresentação foi “completamente fora da caixa, uma experiência muito positiva para todos”.

A participar na companhia de teatro-escola também há sete anos, Mariana Carapinha destaca o objectivo comum de sair da área de conforto de cada um: “já experimentámos diversos tipos de teatro e várias técnicas para controlar e libertar emoções. A Patrícia sempre nos ajudou a libertar a nossa criatividade e isso ajuda-nos pessoalmente”. No seu entender, “o teatro é um meio de conseguirmos sair dos nossos problemas e a Patrícia faz um excelente trabalho a todos os níveis. Devia chegar a mais áreas e jovens porque é realmente essencial”.

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