O elemento arquitectónico pretende ser mais uma referência a integrar a estatuária local
A cerimónia de inauguração do novo miradouro da Quinta do Conde teve lugar no domingo e contou com a presença de autarcas, dirigentes do movimento associativo local e de tantos outros quintacondenses que não quiseram perder o momento. Inaugurado na data em que se comemoram os 25 anos da elevação da Quinta do Conde à categoria de vila, o Cabeço de Melão tem a partir de agora um novo espaço de lazer e contemplação.
“Valeu e vale a pena lutar por uma Quinta do Conde mais atractiva, mais bonita, mais ecológica e mais inclusiva. Temos trabalhado para isso. Em conjunto. Autarquias, associações, comunidade educativa, pequenas empresas do sector privado, todos, nós todos. E porque a construção da identidade da Quinta do Conde não é tarefa concluída temos todos de continuar”, disse Vítor Antunes, presidente da junta de freguesia, na manhã de domingo, para depois acrescentar que este acto constituiu também mais um passo no sentido da retoma de algumas actividade e da recuperação da vida colectiva na freguesia. Este miradouro é, nas palavras do autarca, “uma fase de uma intervenção urbanística que se pretende mais ampla e em breve terá continuidade”.
Paulo Campos, arquitecto autor da obra, partilha que “num dos locais mais altos da Quinta do Conde, com uma vista privilegiada para a Serra da Arrábida” assumiu “a intenção de marcar este espaço com a criação de um elemento que pudesse enfatizar esta relação e direccionar o olhar nesse sentido”. Por isso optou “por criar um elemento vertical de grandes dimensões, que marca o local como ponto de referência e ao mesmo tempo serve de eixo para a definição dos pontos cardeais, a base didáctica que se pretendeu incluir neste espaço”.
Espaço marca memória colectiva e identidade cultural
A placa presente na nova obra, descerrada no domingo, tem presentes as três datas comemorativas que a Quinta do Conde festeja este ano: os seus 50 anos de povoação, os 35 de freguesia e os 25 de vila. Desta forma, o miradouro acaba por ser também uma representação da história colectiva e a identidade cultural do território.
Liliana Martins, vogal da junta de freguesia, leu a mensagem endereçada pelo pároco da freguesia que por estar a celebrar missa não pôde comparecer e Helena Cordeiro, presidente da Assembleia de Freguesia, relembrou a sua chegada à Quinta do Conde em 1975 para falar “da história colectiva e dos sentimentos onde enraizámos profundamente o amor que temos a esta terra e nos trouxe juntos até aqui”.
Para João Narciso, secretário da Assembleia Municipal de Sesimbra, “momentos como este marcam a criação de uma identidade cultural que tem vindo a ser posta em prática. É uma aposta ganha naquilo que é a construção da identidade de uma povoação, da sua população e de todo o concelho”.
Francisco Jesus, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, por sua vez, elogiou aquela que é “uma das freguesias mais jovens do país”, que verificou um “crescimento exponencial nos últimos vinte anos” e cuja junta de freguesia procura, para além das suas competências, “criar identidade e coesão dentro do seu próprio território, também com um movimento associativo forte e empenhado”. Na ótica do responsável camarário, “o sentimento grande de coesão territorial que se observa em todo o concelho tem de ser fortalecido pelas redes viárias e de transportes públicos, no sentido de permitirem uma efectiva coesão e, desse modo, dotar a freguesia e o concelho de mais serviços e de um espaço urbano melhorado, o qual requer a participação, o esforço e a luta de todos”.
Comemorações continuam em Outubro
50 anos de povoação a 28 de Novembro de 1970, 35 de freguesia a 9 de Outubro de 1985 e 25 anos de vila a 30 de Agosto de 1995. Depois do miradouro, as comemorações na Quinta do Conde seguem assim em Outubro, este ano com as devidas restrições face ao período de pandemia que vivemos. “Pretendemos assinalar a data do aniversário da freguesia a 9 de Outubro, condecorar algumas individualidades mas não vamos fazer um grande evento já tem acontecido”, refere o presidente da freguesia, Vítor Antunes, esclarecendo que ainda não foi tomada a decisão sobre o sítio onde o evento se realizará.
