Vários navios da Transtejo e Soflusa, que fazem as ligações fluviais no rio Tejo entre a margem sul e Lisboa, estão parados devido a avarias e falta de certificados, disse ao DIÁRIO DA REGIÃO fonte sindical, que exige uma reunião com o governo.
Representantes dos trabalhadores, sindicatos, utentes e autarquias deslocaram-se hoje ao Ministério do Ambiente para entregar um documento a dar conta da situação actual da Transtejo e Soflusa e para exigir uma reunião urgente.
“Tem vindo a registar-se uma degradação do serviço de transporte fluvial. Vários navios estão parados ou imobilizados devido a avarias e falta de certificados. Todos os dias são suprimidas ligações, algo que nos últimos dias ainda ocorreu de forma mais notória”, disse Carlos Costa, do Sindicato dos Transportes Fluviais Costeiros e Marinha Mercante, afecto à Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS).
O sindicalista refere que a situação tem vindo a piorar, exigindo respostas por parte do governo, tendo sido pedida uma reunião urgente.
“Não há navios para cumprir os horários. Os navios andam de um lado para outro nas várias ligações e depois acontecem casos como a ligação do Seixal estar duas horas sem navio. É a degradação total, numa situação preocupante para utentes e trabalhadores”, acrescentou.
Os elementos que se deslocaram a Lisboa foram recebidos pela chefe de gabinete, disse Carlos Costa, referindo que a reunião ficou prevista para sexta-feira, apesar de ainda aguardarem por confirmação.
A União de Sindicatos de Setúbal refere, em comunicado, que se regista uma “constante eliminação de carreiras”, devido à paragem de várias embarcações por falta de manutenção.
“Das oito embarcações necessárias para efectuar a travessia só seis se encontram operacionais na Transtejo e na Soflusa das sete embarcações necessárias, só seis se encontram operacionais para o serviço à hora de ponta. De referir ainda que num total de vinte e duas embarcações afectas à Transtejo só seis se encontram em condições de navegabilidade”, salienta o documento.
Grupo Transtejo confirma supressões devido a “conjunto de pequenas avarias”
O grupo Transtejo, responsável pelas ligações fluviais entra a margem sul e Lisboa, disse hoje ao DIÁRIO DA REGIÃO que registou na última semana “pequenas avarias” num conjunto de navios, mas salienta que a taxa de cumprimento do serviço é de 98% em 2016.
“Em relação às supressões pontuais que surgiram esta semana, há a relatar uma invulgar contabilização de pequenas avarias num número alargado de navios, que obrigou a uma gestão dinâmica da frota, dentro das potencialidades de cada navio, de forma a mitigar, tanto quanto possível, as dificuldades que surgiram nas diferentes ligações fluviais”, refere o grupo Transtejo.
O grupo Transtejo explica que conta com 25 navios com condições de exploração em serviço público.
“A gestão destes 25 navios, é realizada com base no planeamento de cumprimento das rotinas de conservação, reparação programada, requisitos de segurança e renovação de certificados de navegabilidade, o qual obriga que, com periodicidade bienal, todos os navios realizem estes trabalhos em seco”, salienta.
A resposta acrescenta que o plano de geral de actividade conjuga todas estas necessidades de forma a ter a disponibilidade necessária de 15 navios para realizar o serviço programado.
“O plano tem vindo a ser assegurado, bem como a disponibilidade de frota para realização pontual de substituições para fazer face a situações inesperadas, contabilizando-se no acumulado do ano de 2016, uma taxa de cumprimento do serviço programado de cerca de 98%”, frisa.