O núcleo do Seixal do Movimento Democrático das Mulheres (MDM) tem em mãos o projecto “Na Quinta da Princesa as Mulheres Contam”, iniciado em 4 de Outubro de 2021 e que se prolonga até 31 de Agosto de 2022.
“No âmbito do projecto, tentamos articular questões de saúde com outras de índole urbanística, social ou ambiental”, explicam Regina Marques e Carolina Leão, dirigentes do MDM.
O projecto, que se enquadra no programa nacional de Bairros Saudáveis, goza também do apoio da Câmara Municipal do Seixal, através do PRR, e de “outras organizações que se mexem”, como a AMUCIP (Associação para o Desenvolvimento das Mulheres Ciganas Portuguesas). Ao projecto juntaram-se ainda a Junta de Freguesia de Amora, o CAPA (Centro de Assistência Paroquial de Amora e o ACSAS (Agrupamento dos Centros de Saúde de Almada e Seixal).
Segundo as dirigentes do MDM, é necessário “articular as vivências pessoais, fazer do projecto uma coisa viva, concreta e objectiva da vida do bairro”, de modo a conduzi-lo para a “melhoria das condições de habitação e da vida social”. É que as “mulheres são capazes de identificar os problemas e propor uma solução”. Apesar das dificuldades, o MDM “diagnostica a força participativa do bairro”.
Os problemas são de vária natureza, mas os mais prementes são os habitacionais. Um terço dos prédios do bairro pertencem ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU). O MDM “está a tentar mobilizar as mulheres da Quinta da Princesa para a constituição de condomínios”, dizem Regina Marques e Carolina Leão.
No quadro do projecto, o MDM procura ainda, com o apoio de enfermeiras especializadas, que as mulheres se debrucem sobre problemas da saúde “mal tratados, como o planeamento familiar ou a menstruação”, mas também outros, como a má alimentação ou a diabetes, que afecta grande percentagem daquela população do sexo feminino.
“Quando aquelas mulheres assimilam o sentido de comunidade, convivem e abrem-se à possibilidade de diálogo”, fomentando a busca da identificação dos problemas e os caminhos para a sua resolução. “As comunidades entroncam-se e dessa interdependência nasce grande riqueza”.
Contam as duas dirigentes que algumas das mulheres do bairro só falam crioulo, mas sentem necessidade de aprender português para tratarem pessoalmente das questões que as afligem”.