Foram inaugurados um novo jardim no Seixal, um monumento operário na Amora e as obras de requalificação de um centro social de convívio para a terceira idade
A Câmara do Seixal assinalou as comemorações do 25 de Abril com três inaugurações ontem, e, em todas, o presidente autarquia frisou que “um povo sem memória é um povo sem história”. O comunista Joaquim Santos e restante executivo, acompanhado de eleitos de outras forças políticas no concelho, começou por inaugurar o Parque Urbano do Seixal, em terreno da antiga fábrica Mundet com vista panorâmica para a baía, onde foi plantada uma azinheira.
“Que as suas raízes se entranhem bem fundo neste solo e façam crescer esta árvore que, também ela é símbolo de Abril”, dizia Joaquim Santos que logo a seguir frisava que a liberdade conseguida “tem de continuar a ser afirmada”. Depois de lembrar que aqueles que fizeram Abril abriram o caminho, acrescentava que “cabe às novas gerações continuarem a transformar este país para seja um país melhor para todos”.
História gravada pelo trabalho
Numa das rotundas de Amora foi inaugurado o monumento aos operários vidreiros, uma das indústrias que contribuiu para o “desenvolvimento local e também nacional”, comentava Joaquim Santos, para logo acrescentar que a história do município “é de gente de trabalho”. Minutos antes, o presidente da Junta de Freguesia da Amora, Manuel Araújo, referia-se a esta inauguração como “uma boa maneira de comemorar o 25 de Abril”.
À margem da inauguração do monumento ao Operário Vidreiro, o presidente da Câmara do Seixal afirmava a O SETUBALENSE-DIÁRIO DA REGIÃO que “no caminho da nossa democracia ainda falta subir um patamar para que o Estado funcione melhor. O da criação das regiões administrativas”.
Considera Joaquim Santos que este modelo administrativo, “plasmado na Constituição da República”, tem de ser aplicado porque “não há só problemas locais e nacionais. Há também problemas regionais que para serem resolvidos têm de ter regiões administrativas eleitas”.
Defende o autarca que “é difícil a um ministro falar com os 308 municípios portugueses”, por isso “é preciso que existam líderes regionais para debaterem as questões regionais com os governos e acertarem melhor as políticas de investimento público”. Sem este patamar, entende que “existe um grande desfasamento nos investimentos públicos”, e aqui aproveita para referir o hospital no Seixal que, na sua opinião, já estaria construído se existissem regiões administrativas.
A manhã de ontem terminou com a inauguração das obras de requalificação da sede da Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos da Torre da Marinha. Um centro que tem na sua missão reforçar o apoio social à população local. Um trabalho que, dizia o presidente da União de Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, António Santos, está enquadrado nos objectivos do 25 de Abril em “construir uma sociedade melhor com o esforço de todos”.
E aqui Joaquim Santos não perdeu a oportunidade para dar uma bicada no Governo ao afirmar que a construção e requalificação destes equipamentos sociais “são da intervenção do Estado através da Segurança Social, mas uma vez mais foi a autarquia que avançou”.