As ligações fluviais da Transtejo pararam hoje, 28, devido a uma greve dos trabalhadores, com o sindicato a avançar com uma adesão “superior a 90%” no primeiro dia da paralisação.
Os trabalhadores da Transtejo estão a cumprir uma greve parcial hoje e na quarta-feira para contestar problemas nas embarcações e exigir a revisão do Acordo de Empresa, o que afecta as ligações fluviais no rio Tejo.
As ligações fluviais do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão com Lisboa são afectadas, em especial, nos períodos das horas de ponta da manhã e da tarde, devido à greve de três horas por turno.
“Tal como ocorreu no período da amanhã, agora de tarde as embarcações também estão paradas em todas as ligações. A adesão à greve neste segundo período é similar ao que aconteceu de manhã, sendo superior a 90%”, disse Carlos Costa, do Sindicato dos Transportes Fluviais Costeiros e Marina Mercante, afecto à Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS).
Fonte oficial do grupo Transtejo disse que a adesão à greve no período da manhã foi de 94%, entre a direcção de operação e a direcção comercial, referindo que os números da tarde ainda não estavam disponíveis.
“Os serviços mínimos determinados pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social foram cumpridos, tendo as ligações sido retomadas nos termos previstos na informação previamente disponibilizada aos clientes”, refere a empresa, que acrescenta que apenas a ligação de Cacilhas foi retomada mais cedo do que o inicialmente previsto.
Segundo Carlos Costa, os trabalhadores continuam a não ter respostas para os problemas que contestam.
“Continuamos sem saber como está o processo de revisão do Acordo de Empresa, para o qual existe um pré-acordo, e continuam os problemas com a frota. Não existem navios para cumprir as ligações, porque estão avariados e nada sabemos sobre o plano de manutenção previsto”, defendeu.
As ligações no dia de hoje devem começar a ser gradualmente repostas cerca das 20:15. As últimas ligações da noite e da madrugada de todas as carreiras também serão afectadas pela greve.
Para quarta-feira está previsto o cumprimento do segundo e último dia de greve que vai decorrer nos mesmos moldes que no dia de hoje, de três horas por turno.
No dia de hoje, a ligação entre o Barreiro e Lisboa foi a única a funcionar em pleno no rio Tejo, uma vez que, apesar de pertencer ao mesmo grupo, a Transtejo, a empresa responsável é a Soflusa, cujos trabalhadores realizaram na passada semana um dia de greve pelos mesmos motivos.
AYL
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