Estabelecimentos de ensino têm funcionado com alguma normalidade no que toca ao panorama geral do sector de ensino
A Escola Secundária da Moita e a Escola Secundária da Baixa da Banheira, em pleno cenário de greve e luta sindical da comunidade educativa por todo o país, estiveram abertas, esta quarta-feira, com muitas aulas a serem suspensas devido a reuniões e a greves de docentes durante a manhã.
Ao que um professor da Escola Secundária da Moita explicou a O SETUBALENSE as greves e os movimentos de reivindicações dos professores “têm tido palco no primeiro tempo da manhã”, sendo que durante o resto do dia o estabelecimento de ensino “passa a funcionar na normalidade”.
Já na Escola Secundária da Baixa da Banheira decorreu, entre as 10h00 e o 12h30, existiu um plenário sindical que deixou a maioria dos alunos da instituição sem aulas. Mesmo neste cenário, centenas de estudantes encontravam-se dentro das imediações escolares, facto que uma professora mencionou, a O SETUBALENSE, ser uma “missão social por parte da escola” em tentar que os jovens fiquem no ambiente escolar, “onde estão vigiados e têm acesso a refeições”, de modo a retirar o maior número possível de adolescentes “das ruas”.
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Uns metros ao lado, a Escola Básica do Vale da Amoreira também sentiu as ações de greves do setor de ensino, com os professores desta escola a terem participado na reunião sindical realizada no estabelecimento de ensino secundário da Baixa da Banheira. “Nós fazemos greve nos períodos da manhã e como a escola só tem horário até às 15h00 acaba por ficar fechada o dia todo. A maioria dos pais quando veem os portões fechados, levam os filhos de volta para casa”, revelou uma professora da escola básica a O SETUBALENSE.
Apesar de a causa ser comum a todo a comunidade educativa, O SETUBALENSE apurou que no concelho da Moita o funcionamento das escolas tem estado a decorrer com alguma normalidade, comparativamente aos casos de encerramentos de estabelecimentos de ensino nos concelhos do Montijo, Palmela e Setúbal, onde os movimentos fazem-se sentir com mais força.
Comunidade educativa do Seixal marcha pelas ruas em defesa da carreira dos professores
Ao contrário da passividade vivida na Moita, professores, técnicos operacionais, alunos e encarregados de educação da Escola Básica António Augusto do Seixal puseram-se em marcha, na manhã desta quarta-feira, até às portas da autarquia local.
Durante o movimento, que contou com a presença de dezenas de membros da comunidade educativa, puderam-se ouvir várias frases e lemas de luta à medida que outras escolas do município se juntavam ao protesto. Quando chegaram à Câmara Municipal do Seixal estavam presentes oito agrupamentos de escolas de vários níveis de ensino do concelho, juntos pela mesma causa.
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Manuela Castelo, professora do 1.º ciclo do ensino básico, explicou à Agência Lusa que esta ação surge na defesa da profissão de professor, trabalho que abraça há 25 anos, num nível de ensino que considera ser “determinante”. A mesma docente ainda alertou e avisou que a escola pública “está em perigo e a ficar cada vez mais doente”, já que os professores “não têm ninguém que os defenda”.
Paulo Silva, presidente da autarquia do Seixal, perante a comunidade educativa, mencionou que os professores ao lutarem e reivindicarem direitos “também estão a ensinar”, pois na escola “também se ensinam ideias”. Em declarações à Lusa, Paulo Silva revelou que a Câmara Municipal do Seixal está “solidária com a justa luta dos professores” e com a “defesa da escola pública e de um ensino de qualidade para os estudantes”.
“Os professores do concelho do Seixal deram um grande exemplo de cidadania e estão a demonstrar a sua união”, frisou o autarca. O Edil ainda aproveitou o momento para dar destaque à “necessidade de requalificação” de todo o parque escolar, já que “todas as escolas têm mais de 30 anos e precisam de obras”.