Cerca de mil pessoas juntaram-se em frente às imediações escolares para protestar
A Associação de Estudantes da Escola Secundária João de Barros, em Corroios, Seixal, organizou, na passada sexta-feira, dia 20, uma manifestação com o objectivo de lutar contra a “fase altamente precária” vivida neste estabelecimento de ensino, devido à falta de assistentes operacionais que garantam o bom funcionamento do edifício.
Cerca de 900 alunos, 50 professores, 10 assistentes operacionais, em conjunto com outros membros da comunidade educativa e encarregados de educação, protestaram durante o período da manhã; apesar disso, a escola não reuniu condições para abrir à tarde e acabou por continuar encerrada o resto do dia.
Rafael de Jesus, presidente da Associação de Estudantes, explicou a O SETUBALENSE que este protesto, marcado de forma independentemente das greves e manifestações que ocorrem actualmente, a nível nacional, por parte da comunidade educativa, acontece devido a “uma falta de 13 assistentes operacionais” no estabelecimento escolar. Rafael também revelou que há um “processo de obras há mais de 12 anos” e por isso a realização de grande parte dos tempos lectivos tem de ser feita em contentores, no entanto o “maior motivo da greve é a falta de assistentes operacionais”.
“Desde o início de ano, em Setembro de 2022” que a secundária funciona, alegadamente, “em estatuto de “”Semi”-ilegalidade” por não assegurar serviços mínimos, essenciais aos olhos da Lei”, informa o presidente da associação, como é o caso de, dado o número de funcionários ser “tão reduzido”, não existir “a vigilância dos pátios, a limpeza das salas de aula ou dos WC’s; nem mesmo o serviço de refeitório a 100%”.
“Todos os órgãos gerentes, mandatários e conselheiros deste estabelecimento de ensino têm perfeita noção do que se passa; desde a Câmara Municipal do Seixal, Direção Regional de Educação e Ministério da Educação; e no entanto, todos fecham os olhos”, esclareceu Rafael de Jesus.
A esta iniciativa, onde se juntaram quase mil pessoas, aliou-se a voz da luta e as reivindicações dos profissionais do sector da educação sentidas desde Dezembro de 2022 e que se têm feito sentir, de uma forma geral, com muito impacto neste concelho.
Manuel Jorge, professor e membro da direcção escolar, confirmou a O SETUBALENSE que a existência de todos os problemas avançados pela Associação de Estudantes são “um panorama real” que é vivido por aquele estabelecimento de ensino. O professor adiantou ainda que, apesar de assumirem um papel imparcial no que toca ao movimento desencadeado pelos estudantes, a direção espera que todos os problemas, com foco na questão de falta de assistentes operacionais, sejam “resolvidos”.
O SETUBALENSE contactou a Câmara Municipal do Seixal de modo a esclarecer a situação, mas até ao fecho desta edição ainda não obteve resposta.