PS referiu queixas dos seixalenses que tinham facturas de água com valores exorbitantes
A Câmara Municipal do Seixal decidiu anular as facturas da água emitidas recentemente e lançar novas, depois de várias reclamações de munícipes de que reportavam valores superiores a seis meses, disse hoje à Lusa o presidente da autarquia.
Em causa está o facto de a contagem ter sido feita por estimativa nos últimos dois anos e agora, com a contagem real do consumo e com os acertos, haver facturas com elevados montantes.
O caso ocorrido no município do Seixal, liderado pelo comunista Paulo Silva, foi já abordado por vereadores e deputados municipais dos partidos da oposição, em reuniões de câmara e de assembleia municipal.
A concelhia do PS do Seixal, liderada por Samuel Cruz, emitiu um comunicado referindo que, no último mês, recebeu vários relatos de seixalenses queixando-se de terem facturas de água com valores exorbitantes, muito acima dos habituais e que o mesmo se deve ao facto de a Câmara Municipal “não ter procedido à leitura dos contadores, no mínimo, duas vezes por ano, como lhe compete”.
“Há dois anos que não tinham ninguém a fazer a contagem da água e agora começaram a fazer. As pessoas há muito que não tinham acertos e os acertos dão valores elevados”, disse Samuel Cruz em declarações à agência Lusa.
O presidente da câmara, Paulo Silva, explicou também em declarações à agência Lusa que, face a um parecer pedido à divisão jurídica da Câmara Municipal, foi decidido anular as facturas e emitir novas.
“Houve acertos de facturação porque durante algum tempo estivemos a trabalhar com estimativas. Face a algumas reclamações, que representam 1% das facturas emitidas, pedimos um parecer à divisão jurídica que nos diz que alguns dos consumos estariam prescritos pelo que iremos anular todas as facturas emitidas com estes acertos”, frisou.
Paulo Silva disse ainda que serão agora calculados os últimos seis meses e, no caso das que foram pagas, a autarquia devolverá aos munícipes o valor pago relativo a estes acertos.
“Este é um processo automático. A empresa que faz a contagem envia a factura e a câmara só teve conhecimento da situação quando começaram a surgir algumas reclamações e foi nessa altura que pedimos o parecer jurídico”, explicou.
A maioria das facturas em causa, adiantou, eram de valores entre os 100 e os 200 euros havendo contudo alguns de valores acima de mil euros, “embora residuais”.
O autarca disse também que a não contagem do consumo durante o período em causa prendeu-se com problemas relativos a um novo contrato com a empresa que deveria fazer este serviço.
“Era uma empresa que fazia a leitura, terminou o contrato, lançou-se novo concurso que teve de ser anulado, lançámos outro concurso, tendo havido atrasos. Só agora foi contratada uma nova empresa que começou a fazer o seu trabalho”, disse, adiantando que a contagem começou na freguesia de Fernão Ferro seguindo-se as outras freguesias (Amora, União de freguesias Arrentela, Seixal e Paio Pires, e Corroios).
Paulo Silva acrescentou que a autarquia vai também avançar com a instalação de contadores inteligentes para a leitura automática do consumo, tendo já sido instalados 500.