Grupo de 20 pessoas encapuzadas parou o autocarro e obrigou passageiros e motorista a saírem antes de atearem fogo à viatura
Um autocarro na Arrentela foi incendiado nesta madrugada, no âmbito dos desacatos ocorridos esta semana, motivados pela morte de Odair Moniz, baleado na Amadora por um agente policial na segunda-feira. O Partido Socialista do Seixal mostrou-se preocupado com o incidente ocorrido e propôs “a criação de uma Polícia Municipal robusta e a instalação de videovigilância em áreas críticas”.
Poucos minutos passavam da meia-noite desta quinta-feira quando se deu o incêndio no autocarro que fazia a ligação entre Cacilhas e Paio Pires. Um grupo de 20 pessoas, encapuzadas, parou o autocarro numa passadeira e obrigou os cerca de dez passageiros e motorista a saírem, sendo que de seguida, atearam fogo à viatura, que acabou por ser totalmente consumida pelas chamas.
A PSP chamada ao local, mas os indivíduos já tinham fugido aquando da sua chegada. A estrada esteve cortada mais de uma hora e meia para trabalhos de limpeza, mas a viatura precisou de uma grua para ser retirada do local.
Este incêndio foi um dos incidentes registados na noite de quarta-feira e na madrugada de quinta-feira na Área Metropolitana de Lisboa. Um outro autocarro foi incendiado hoje de madrugada em Loures, o que resultou em ferimentos graves no motorista. Outros dois veículos de transporte público de passageiros tinham já sido queimados na noite anterior, na Amadora e em Oeiras.
Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Os desacatos desencadeados pela sua morte tiveram início no Zambujal, na noite de segunda-feira, e estenderam-se, desde terça-feira, a outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa. No total, mais de uma dezena de pessoas foram detidas. Além do motorista de autocarro que sofreu queimaduras graves, alguns cidadãos ficaram feridos sem gravidade e dois polícias receberam tratamento hospitalar.
PS preocupado e propõe Polícia Municipal e videovigilância
O Partido Socialista do Seixal manifestou-se hoje preocupado com o incidente ocorrido de madrugada na Arrentela e propôs “a criação de uma Polícia Municipal robusta e a instalação de videovigilância em áreas críticas”.
Em comunicado, a concelhia do PS considera o incidente inaceitável e advoga que “serve como um alerta urgente acerca do estado de insegurança que afecta a comunidade”.
“A crescente sensação de vulnerabilidade que os nossos cidadãos enfrentam não pode ser ignorada. A protecção das pessoas deve ser uma prioridade inquestionável, e não podemos permitir que continue a prevalecer um clima de medo e incerteza”, refere a estrutura liderada por Samuel Cruz.
Nesse sentido, os socialistas pedem que as autoridades competentes garantam uma investigação rigorosa e que apresentem soluções eficazes de imediato.
A criação da Polícia Municipal e a videovigilância irão, segundo o partido, fortalecer a segurança e a confiança da população nas instituições, devendo avançar com urgência.
Por outro lado, o PS aponta o dedo à Câmara Municipal do Seixal – liderada por Paulo Silva, eleito pela CDU -, acusando-a de “apatia”, e exorta a administração municipal a tomar acções concretas para reverter a insegurança. Com LUSA