Apedrejamento ocorreu pelas 22 horas, diz a PSP. Na madrugada de quinta-feira já tinha ocorrido um incidente, naquela zona, também com um autocarro
Um autocarro de passageiros foi apedrejado na noite de segunda-feira na zona da Arrentela, no concelho do Seixal, sem registo de feridos, disse esta terça-feira à Lusa a PSP.
Segundo o comando distrital da PSP de Setúbal, o apedrejamento ocorreu pelas 22 horas.
O incidente ocorreu na mesma zona onde um outro autocarro foi incendiado na madrugada de quinta-feira.
Na altura, em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva (CDU), adiantou que, segundo os dados de que dispunha, “um grupo organizado de cerca de 20 pessoas mandou parar o autocarro na Arrentela, fez sair os passageiros e o condutor, e regou o veículo com combustível”.
De acordo com o PSP, além desse autocarro, outro veículo de passageiros foi incendiado na madrugada de quinta-feira em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures (distrito de Lisboa), tendo o motorista sofrido queimaduras graves.
Os tumultos da Área Metropolitana de Lisboa surgiram na sequência da morte de Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora.
Odair Moniz foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de Outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no hospital.
Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar responsabilidades, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.
A Inspecção-geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos, e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
Na semana passada registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados. Sete pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade.