28 Março 2024, Quinta-feira
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Renúncia de Joaquim Santos em reunião de câmara anima debate

Na ausência do presidente da Câmara, Joaquim Santos, em gozo de férias, foi o vereador Paulo Silva, vice-presidente e apontado para ocupar a cadeira presidencial da autarquia, quem dirigiu ontem os trabalhos da reunião de Câmara

 

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Como se antevia, a anunciada renúncia de Joaquim Santos ao cargo que vem ocupando na autarquia foi o mote para uma animada troca de galhardetes ente os edis da oposição (PS e PSD) e os eleitos pela CDU. Abriu as hostilidades, digamos assim, Cláudia Oliveira (PSD), que leu um comunicado, elaborado pelo seu partido, sobre o assunto. “Tendo em conta a forma como o PCP e os seus eleitos têm gerido a situação, creio que é natural que se gere alguma confusão. E se essa confusão se gera em nós, eleitos, imaginem na população”, leu a autarca. No documento sublinha-se que “não é o tempo que é relativo, mas sim a palavra do PCP, que é relativa e não é de confiança”, já que “há menos de um ano, apresentaram-se a votos com Joaquim Santos à cabeça. Já nessa altura, muitos falavam de uma saída antecipada. Sempre foi negada por vós até chegar o dia em que negaram numa hora para o anunciarem na hora seguinte”.

 

Oposição ao ataque

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Cláudia Oliveira prosseguiu: “ Não podemos nem vamos ficar calados, e achamos que o PCP, neste processo de substituição do Presidente da Câmara está a faltar ao respeito à população porque se apresentou com um candidato a presidente quando, na verdade, já o tinha substituído por outro e não se tratando de uma substituição normal e justificada, achamos que a palavra deve ser devolvida aos eleitores, porque se trata de uma tentativa do PCP de levar a cabo uma farsa política. E essa deve ser julgada pela população”.

Paulo Silva respondeu à investida sublinhando que “a substituição do presidente ainda não está concretizada” e lembrando que alguns autarcas social-democratas têm protagonizado casos semelhantes. “Quando Santana Lopes abandonou a gestão camarária cedendo o lugar a Carmona Rodrigues ou quando Carlos Carreiras anunciou que queria sair, ninguém ouviu o PSD a exigir eleições antecipadas.”

Entretanto, o vereador Miguel Feio (PS) quis que o executivo da CDU explicasse a participação de trabalhadores da Câmara na implantação da Festa do Avante!.

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“Trata-se de uma festa partidária e privada, mas tive conhecimento que foi lançado um convite aos auxiliares educativos para colaborarem ativamente nos próximos dias, com a contrapartida de dois dias de férias, pelo que gostaria de saber se as direções das escolas foram ouvidas e em que modelo será a participação, tendo em conta que se prepara agora o início do ano lectivo”, questionou o autarca.

Joaquim Tavares tomou a palavra para vincar que “não há dias de férias para nenhum trabalhador camarário, mas estes são ressarcidos pelas horas que fazem em vários serviços, à semelhança do que acontece em muitos outros eventos que decorrem no concelho”.

A vereadora Elisabete Adrião (PS) aproveitou para acusar a autarquia de falta de transparência. “O PS sempre questionou o executivo sobre os apoios dados à Festa do Avante!, não nos posicionamos contra este evento, mas questionamos os custos que tem a autarquia com uma festa que é particular. Temos de saber o que sai dos bolsos de todos os munícipes, mesmo os que não querem cá a Festa”.

Ainda neste ponto da ordem de trabalhos foi abordada a suposta dívida da autarquia aos polícias que garantiram a segurança nas festas populares do concelho. Os autarcas da CDU esclareceram que os responsáveis pelo pagamento de horas àquelas forças são as respectivas chefias, mas que estas apresentaram à Câmara valores muito superiores aos habituais. Por conseguinte, o assunto está a ser tratado entre a autarquia e o comando e não entre a autarquia e os polícias, como há quem faça crer em órgão de comunicação social.

A desgraça de uma residente

No período consagrado à intervenção e esclarecimento, foram os munícipes que apresentaram os seus problemas, alguns deles em forma de queixas. Assim, Elisabete Santos, moradora de Fernão Ferro, lamentou a falta de limpeza dos terrenos particulares, a desregulação do trânsito e a deficiente iluminação dos espaços públicos. Paulo Caetano, dono de uma empresa, criticou o mau funcionamento dos serviços da autarquia, que deixam sem resposta as suas solicitações. Num tom agreste, afirmou-se perseguido pela autarquia.

Eduardo Horta, residente em Belverde, queixou-se do ruído provocado pela circulação de viaturas pesadas, mesmo a altas horas da noite, da “vibração e insegurança” que elas provocam, e indicou um possível itinerário alternativo para obviar esta desagradável situação. Por seu turno, Ana Jesus Cabral explanou um negócio que fez com um terreno, de modo a pagar uma dívida à Câmara, e como tudo correu ao invés do que imaginara. Com dois filhos por criar, não sabe como resolver o problema, nem o que fazer à vida.  Por último, António Alexandre, levou ao conhecimento da autarquia o mau escoamento dos sumidouros da Rua Florbela Espanca, onde habita.

 

Paulo Caetano no período de esclarecimentos aos munícipes

 

Paulo Silva, Joaquim Tavares, Maria João Macau e Bruno Santos, vereadores em exercício e todos da CDU, deram respostas a estas questões e prestaram esclarecimento, que pareceram satisfazer os interessados. Só Paulo Caetano saiu intempestivamente da sala, claramente insatisfeito com as explicações que lhe foram fornecidas.

Mais de um milhão em apoios

Nesta mesma reunião de Câmara foi aprovada a canalização de 1 milhão e 100 mil euros para várias colectividades e instituições

do concelho. Estão entre elas, por exemplo, a Associação “Um Exemplo de Amor” e o Centro de Assistência Paroquial de Amora, bem como a ARISCO, instituição que se empenha na promoção social e saúde, bem como diversas instituições juvenis do concelho, a Associação dos Amigos dos Tocá Rufar, a Casa do Sport Lisboa e Benfica e o Paio Pires Futebol Clube.

Os vereadores aprovaram, ainda, a assinatura de protocolos com a Associação de Moradores da Santa Marta do Pinhal, Clube de Canoagem de Amora, Associação Naval Amorense, Clube do Pessoal da Siderurgia Nacional e Associação de Moradores da Quinta das Laranjeiras. Aprovaram, também, a integração do Município do Seixal na NANOMAT – Associação para os Materiais Avançados.

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