Edifício está encerrado desde os anos 80. Objectivo é candidatar o projecto a fundos comunitários
O Cineteatro Vitória, no concelho de Santiago do Cacém, encerrado há 40 anos, vai ser recuperado e transformado num Centro Cultural Multiusos, num investimento de 1,4 milhões de euros, a candidatar a fundos comunitários.
O projecto de recuperação deste imóvel, localizado na freguesia de Ermidas-Sado, “já está concluído” e será agora candidatado a fundos comunitários, revelou ontem o Município de Santiago do Cacém, que assinou um acordo com o Grémio Ermidense Primeiro de Agosto (GEPA), proprietário do edifício.
“Este acordo dá possibilidade à câmara municipal de apresentar uma candidatura a financiamento comunitário, cujo prazo termina na próxima semana. Temos o projecto concluído, em condições de lançar o concurso público”, explicou o presidente da autarquia, Álvaro Beijinha, citado no comunicado.
O autarca disse estar confiante na aprovação da candidatura por se tratar “de uma verba que está contratualizada no âmbito do Pacto Territorial para a Comunidade Intermunicipal do Litoral Alentejano (CIMAL) para o concelho de Santiago do Cacém”.
No âmbito da mesma candidatura, a autarquia vai apresentar um outro projecto de recuperação, relativo ao Cinema de Alvalade, também no interior do concelho, com o concurso a ser lançado no valor de um milhão de euros.
O projecto para o edifício do Cineteatro Vitória prevê a criação de uma estrutura “para promoção da cultura, das artes nas suas diversas modalidades e do apoio a actividades de formação relevantes para o desenvolvimento socioeconómico da comunidade”.
“Este é o edifício mais emblemático da freguesia de Ermidas-Sado, por onde passaram muitas gerações de ermidenses, por isso, tem uma identidade que é importante recuperar”, sublinhou.
A autarquia “será a grande dinamizadora da oferta cultural deste espaço, mas queremos que o Grémio, outras associações da freguesia e toda a comunidade possam também ser um factor de dinamização” do futuro equipamento, incentivou.
Para o presidente da direção do GEPA, Arnaldo Frade, a assinatura deste acordo resulta da “relação estreita que existe desde 2015” no sentido de ser encontrada “uma resposta que tornasse possível a recuperação daquele edifício”, inaugurado em 1949 e encerrado desde o início dos anos 80. Edifício esse classificado como Monumento de Interesse Municipal.
Após uma candidatura apresentada à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Alentejo, que não foi aprovada, a associação iniciou conversações com o município até “chegar a este acordo de cooperação”.
No âmbito do projecto, as duas entidades manifestaram interesse em criar, no futuro, um Museu de Ermidas-Sado e as Suas Gentes, focado na indústria corticeira, de moagem e na ferrovia.
Lusa