Secretário de Estado da Agricultura salientou o papel dos autarcas como “os grandes guardiões” e maiores responsáveis pela organização de território
O XXIII Concurso de Vinhos da Península de Setúbal contou, entre outras individualidades, com a presença de João Moura, secretário de Estado da Agricultura, que começou por destacar o trabalho feito por quem trabalha a terra.
“Devemos valorizar e intensificar o nosso apoio àqueles que tanto lutam por no dia-a-dia trabalharem os solos rurais. A grande tarefa que temos é dar dignidade às actividades agrícolas em Portugal. A vinha e o vinho não são excepção, antes pelo contrário. Quando falo deste carinho e alento que devemos dar de estímulo a quem trabalha a terra faço-o com verdadeiro sentido de responsabilidade”.
Dirigindo-se aos representantes autárquicos presentes (Santiago do Cacém, Sines, Setúbal, Grândola, Palmela entre outros), o governante salientou o papel o papel dos municípios.
“Autarcas são os grandes guardiões do território nacional e quem mais responsabilidade têm na organização desse território. As atcividades rurais têm, ao longo de gerações e gerações, preservado e conservado o nosso território. Muito do abandono das actividades rurais tem sido a causa de muitos problemas no nosso país, como são os incêndios florestais”, disse.
João Moura sublinhou a importância do sector dos vinhos no país, referindo que o seu papel vai além da vertente económica. “Temos um país pequeno, mas temos uma diversidade gigante de actividades vinícolas que a todos nos engradece pela variedade e qualidade que nos é oferecida de norte a sul e nas regiões insulares. Imaginemos o que seríamos nós sem muitas das vinhas que encantam parte do nosso território. Não falo apenas das encostas do Douro que são património mundial, falo das que estão espalhadas pelo país como acontece na ilha do Pico, nos Açores”.
Por considerar existirem ideias erradas propagadas ao longo de décadas, o secretário de Estado da Agricultura considera haver necessidade de mudar o paradigma. “As nossas crianças e jovens vão assistindo nas televisões e até nos manuais escolares a alguma contaminação negativa e deturpada de muitos daqueles que habitam num mundo mais urbanizado e não têm conhecimento do que é o mundo mais ruralizado. Por pura e mera ignorância, vão dizendo que aqueles que trabalham a terra são inimigos do ambiente, que utilizam pesticidas, consomem muita água!”
E acrescenta: “Esta mentalidade foi construída ao longo dos anos e uma das missões do Ministério da Agricultura, juntamente com os nossos autarcas, para que as nossas crianças sejam amigos daqueles que produzem e cultivam a terra. Devemos ter orgulho no que produzimos e estimular os que fazem para que possam fazê-lo de forma mais eficaz e rentável. Não temos de ter vergonha de o dizer: que ganhem muito dinheiro e que seja uma actividade produtiva que gere emprego e riqueza”.