29 Março 2024, Sexta-feira
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Ministério Público acusa duplo homicida em Vila Nova de Santo André

Jovem de 17 anos, autor confesso do crime, discutiu com as vítimas por causa de um carro

A discussão sobre a utilização de um carro levou António Lourenço a assassinar brutalmente aqueles que chamava de tios, em Vila Nova de Santo André, Santiago do Cacém no início de Junho. O Ministério Público concluiu agora a investigação e acusa o jovem de 17 anos de duplo homicídio e profanação de cadáver, crimes que em tribunal podem valer a pena máxima.

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O crime ocorreu na manhã de 1 de Junho. António Lourenço foi à casa das vítimas no Bairro das Flores para pedir o carro destes, um Renault Clio. Este pedido era frequente, mas era negado, já que este não tinha carta de condução, e nesta manhã terminou em duplo homicídio.

A primeira vítima foi Eduarda Fernandes, 83 anos. O seu marido saiu de casa a seu pedido quando o jovem chegou. Discutiram por causa do carro e Lourenço agrediu a idosa a soco. Depois dirigiu-se à cozinha da habitação para retirar uma faca e atacou brutalmente a vítima com dois golpes nas costas e um no peito. Depois degolou-a e já com a vítima sem vida, esfaqueou um olho.

Pouco depois, o marido da vítima, Guilherme Santos, 74 anos, regressou a casa e viu a mulher estendida no chão da sala. Partiu em seu socorro, acreditando que ainda estava viva e foi esfaqueado pelo jovem com três golpes no peito. À semelhança do que fez a Eduarda, o assassino degolou o homem. Com a vítima sem vida, esfaqueou a perna da segunda vítima.

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António Lourenço

O MP considera que o arguido, “ao desferir golpes depois da morte das vítimas, quis desfigurar os cadáveres dessa forma violando o respeito devido aos mortos”.

Fotografou vítimas e foi tomar banho

Cometido o duplo homicídio, Lourenço enrolou os corpos em mantas e colocou-os para um anexo da habitação. Tirou fotografias com o telemóvel e limpou a sala da habitação com lixívia. Depois escondeu as armas do crime e a sua roupa ensanguentada numa caixa no quarto das vítimas e foi tomar banho.

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O homicida vestiu as roupas do falecido e saiu de casa para comprar tabaco. Mais tarde voltou, comeu e ficou a ver televisão até perto das 21 horas, quando saiu de casa no carro das vítimas para ir ao encontro de dois amigos em Sines.

O alerta foi dado à noite por uma neta das vítimas que se dirigiu à casa do homicídio porque os avós não atendiam o telefone. À GNR, a mulher identificou como potencial suspeito Lourenço Fernandes, visto que havia um histórico de discussões por causa do carro, que não se encontrava no local.

Homicida detido horas depois

Os militares já conheciam o jovem por atividades ilícitas e sabiam que costumava pernoitar num hotel abandonado em Vila Nova de Santo André. Foram ao local e encontraram-no na companhia dos dois amigos. Os três foram tidos inicialmente como suspeitos do crime homicídio, uma vez que a camisola de um estava ensanguentada e foram ilibados mais tarde.

O sangue foi provocado por um acidente de viação em que os três estiveram envolvidos muito depois do homicídio. O homicida despistou-se com o carro dos avós na Estrada Municipal 544, junto ao Monte Courela da Fonte, em São Francisco da Serra com os amigos no interior. A viatura foi nessa altura abandonada.

Homicida confessa crimes

Lourenço Fernandes confessou os crimes em tribunal e contou como fez tudo. Os vizinhos no pacato Bairro das Flores não deram por nada que os fizesse suspeitar do duplo homicídio na manhã dessa sexta feira. Um dos vizinhos disse mesmo ter visto Guilherme Fernandes a regressar a casa durante a manhã. Seria assassinado em minutos.

Na prisão, onde espera pelo julgamento, o homicida confesso escreveu aos dois amigos com quem foi encontrado pela GNR horas depois do crime. Lourenço Fernandes pediu desculpa por os ter envolvido no crime, do qual os dois nada sabiam quando foram abordados.

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