26 Julho 2024, Sexta-feira

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Sindicatos acusam Autoeuropa de querer pagar sábados como trabalho normal

Sindicatos acusam Autoeuropa de querer pagar sábados como trabalho normal

Sindicatos acusam Autoeuropa de querer pagar sábados como trabalho normal

Administração da empresa diz que nunca retirou de cima da mesa proposta que prevê pagamento dos sábados como trabalho extraordinário

Sindicatos afectos à CGTP/Intersindical acusaramhoje a Autoeuropa de querer pagar os sábados como trabalho normal, mas a administração da empresa garante que nunca retirou a proposta que prevê o pagamento dos sábados como trabalho extraordinário.

Em conferência de Imprensa realizada esta quarta-feira em Setúbal, os dirigentes sindicais Eduardo Florindo, do SITESUL, Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul, e Rogério Silva, da Fiequimetal, Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas, disseram que os trabalhadores recusam a obrigatoriedade do trabalho ao sábado e exigem o pagamento daquele dia como trabalho extraordinário.

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“O SITESUL reafirma que nunca esteve em causa, nem está, a necessidade de se trabalhar ao sábado na Autoeuropa, mas sim as circunstâncias da sua obrigatoriedade, acrescendo o facto de a administração não pretender remunerar o trabalho nesse dia em conformidade com os valores praticados actualmente, como trabalho extraordinário”, disse Eduardo Florindo, coordenador do SITESUL.

“O `flash´ distribuído [terça-feira] na comunicação interna e assinado pelo director de recursos humanos da Autoeuropa vem confirmar aquilo que o sindicato sempre disse: que o sábado é pago como um dia normal de trabalho. Agora está clarinho, não há dúvidas em relação a isto, quando o que se dizia na Comunicação Social era que o trabalho ao sábado seria pago como trabalho extraordinário. E veio a confirmar-se o que sempre dissemos em relação aos sábados”, acrescentou o coordenador do SITESUL.

As declarações de Eduardo Florindo em conferência de imprensa realizada na sequência das reuniões efectuadas na terça-feira com a administração da empresa, e hoje de manhã com a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, foram corroboradas pelo dirigente da Fiequimetal, Rogério Silva, que diz ter havido a assunção, por parte da empresa, de que os sábados seriam pagos como um dia normal de trabalho.

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“Na reunião [de terça-feira] connosco, voltámos a perguntar isso à administração [da Autoeuropa] e foi dito que o sábado será pago como um dia normal. Ponto. Para que fique claro de uma vez por todas: na reivindicação que os trabalhadores apresentam – tendo eles disponibilidade para trabalhar aos sábados -, está implícito nessa disponibilidade o pagamento como trabalho suplementar tal como hoje é praticado na Autoeuropa”, frisou Rogério Silva.

Autoeuropa garante o contrário

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Autoeuropa garantiu que o horário transitório comunicado em Dezembro pela empresa, para vigorar entre finais de Janeiro e Julho deste ano, e que prevê cinco dias de trabalho com uma folga fixa ao domingo e uma folga rotativa durante a semana, contempla o pagamento dos sábados como trabalho extraordinário (com um acréscimo de 100% em relação a um dia normal de trabalho).

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Além da remuneração dos sábados como trabalho extraordinário e de um aumento salarial não inferior a 50 euros por mês, os sindicatos reclamam ainda que o trabalho ao sábado seja voluntário e não obrigatório, e lembram que os trabalhadores da Autoeuropa, mesmo neste regime de voluntariado, nunca se recusaram a fazer sábados sempre que tal foi necessário.

A administração da Autoeuropa só admite negociar com a Comissão de Trabalhadores, mas, na reunião de terça-feira, os sindicatos afectos à CGTP também apresentaram um conjunto de propostas que, esperam, poderão vir a ser discutidas durante as negociações entre trabalhadores e a administração da fábrica de automóveis de Palmela.

Na conferência de imprensa realizada em Setúbal, os sindicalistas defenderam ainda a criação de uma segunda linha de montagem na Autoeuropa e acusaram alguns comentadores de falarem de uma possível deslocalização da produção da fábrica de Palmela, acrescentando que esse cenário não se coloca neste momento e que já foi afastado pela própria administração do grupo Volkswagen na Alemanha.

Quanto à possibilidade de vir a ser convocada uma nova greve na Autoeuropa, os sindicalistas da CGTP não excluíram essa possibilidade, mas lembraram que está em curso um processo negocial e que qualquer decisão nesse sentido terá de merecer uma nova apreciação em reuniões plenárias de trabalhadores.

Lusa

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