Evento já tem 60 anos de tradição que se mantém durante gerações. Mau tempo não intimidou os presentes.
“Esta é a concretização do trabalho da vinha e do vinho desde há 60 anos” foi a frase que deu mote ao momento da Pisa da Uva e Benção do 1.º Mosto na Festa das Vindimas 2023, que se realizou na manhã deste domingo, 3 de setembro.
Os palmelões e palmelenses, bem como todos os visitantes do certame, completaram o cenário já habitual e preenchido no largo da Igreja Matriz de S. Pedro. O Cortejo dos Camponeses percorreu as ruas da vila desde o chafariz D. Maria I a partir das 10h e os protagonistas deste ano foram o Rancho Folclórico Cultural Danças e Cantares da Região do Forninho, Rancho Folclórico Casa do Povo de Pinhal Novo e o cavalinho da Sociedade Filarmónica Humanitária.
O vestuário condizia com a tradição e encaixou perfeitamente no tema. Durante as atuações, e enquanto a decorria a pisa da uva, a chuva intensificou-se – isto significou que o mosto seria verdadeiramente abençoado pela natureza visto ser “fruto da terra” e tão característico da região. Com cavalos, burros ou a pé – sem esquecer a ovelha Mary, presente todos os anos -, todos foram, um a um, deixar o cesto de uva no sítio onde ia ser pisada.
É um momento de grande simbolismo, mas que tem na sua essência a simplicidade do trabalho e das gentes do campo. Os adegueiros têm a missão desde 1963 de fazer escorrer o primeiro mosto e assim aconteceu. Depois de recolhido e distribuído pelas barricas, revelou-se que o grau deste ano, medido pelo grão-mestre da Confraria do Moscatel de Setúbal, Filipe Cardoso, é de 13 graus, embora a medição tenha dado 12,75 devido à mistura com a água da chuva.
Os vários representantes do poder local, a direcção da comissão das festas das vindimas, entidades e agentes, assim como a Rainha das Vindimas, Maria Zoé Parrinha, as damas de honor, Rita Duque e Glória Vila e a Miss Simpatia, Mariana Terrinha, levaram as barricas com o sumo de uva acabado de recolher, para que o padre José Raposo procede-se à missa e à bênção que pressagia boas colheitas e bom vinho.
O mau tempo não intimidou nenhum dos presentes, que se mantiveram no local e assistiram a toda a cerimónia até ao final, com palmas a acompanhar as danças que animaram mais um ano de tradição na vila de Palmela.