Social-democrata quer maior afluência às urnas para retirar a CDU do poder
O Partido Social Democrata (PSD) oficializou, na passada sexta-feira, os cabeças-de-lista à Câmara (Paulo Ribeiro) e à Assembleia Municipal de Palmela (Carlos Vitorino). Maria João Oliveira, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Palmela é a mandatária da candidatura.
O actual vereador do PSD na Câmara de Palmela concorre pela terceira vez consecutiva à presidência da autarquia.
Na cerimónia, que decorreu na Quinta do Piloto, em Palmela, perante uma plateia perto de meia centena de apoiantes, Paulo Ribeiro deixou claro qual o seu principal opositor nas próximas eleições autárquicas. “O maior adversário desta candidatura não é a CDU nem o Partido Socialista, é a abstenção”.
“Em 2013, 62% dos eleitores ficaram em casa e a CDU ganhou com maioria absoluta, em 2017, 56,5% dos eleitores ficaram em casa, bastaram votar mais 3 286 pessoas para que a CDU perdesse a maioria absoluta. Reparem no que é que nós podemos fazer se multiplicarmos estas pessoas a virem votar, de conseguirmos fazer as pessoas sair de casa, saírem do seu conforto, e vir votar e dar uma esperança e dar um voto de mudança a Palmela”, disse.
Paulo Ribeiro acredita nesse cenário pelo que tem visto no terreno. ”Nós sentimos na rua que as pessoas estão fartas, estão cansadas desta maioria comunista, nós sentimos que as pessoas sabem que a opção nas próximas eleições é entre o comunismo e a liberdade. E é isso que nós temos de repetir, temos de dizer claramente aos nossos concidadãos que ficar em casa é deixar a CDU no lugar que está”.
No seu discurso, o candidato ignorou toda a concorrência à excepção da CDU que qualifica de “incompetente” e o PS que acusa de ser “uma força de bloqueio”.
A CDU, aponta, “nestes 45 anos que governa o concelho tem demonstrado uma grande falta de capacidade para encontrar soluções para apoiar as famílias e empresas do concelho”. “Findo este mandato da CDU, com o apoio do PS, como está hoje Palmela? O lixo continua a acumular-se nas várias ruas e aceiros do concelho, os jardins e os espaços públicos continuam ao abandono, apesar de algumas obras que agora são feitas à pressa porque se aproximam as eleições, as estradas continuam esburacadas”, referiu.
Em seguida, acrescentou: “não existem planos para atrair empresas nem para a consequente criação de emprego, os nossos jovens continuam a sair do concelho à procura de novas oportunidades porque a autarquia não lhes dá um estimulo para que fiquem aqui, no seu dia-a-dia as pessoas não conseguem ser atendidas pelos serviços municipais, desesperam à espera de licenças e os empresários aguardam meses, e até anos, para respostas aos seus requerimentos junto dos serviços camarários”.
Balanço “positivo” na oposição
Paulo Ribeiro enumerou uma vasta lista de razões para a sua recandidatura, a começar pelo desenvolvimento do concelho de Palmela, “que não pode continuar a ser adiado”.
O candidato faz um balanço positivo do PSD na oposição e destaca a conquista do IMI familiar por proposta sua. Por terra ficou, na sua luta pela descida dos impostos municipais, a diminuição da participação da Câmara Municipal na receita do IRS porque, acusa, “o Partido Socialista mudou de campo”.
“No passado quando a CDU tinha maioria, em que os nossos votos não contavam tanto, a luta pela diminuição do IRS em Palmela uniu o PS e o PSD mas quando mais precisávamos do Partido Socialista este falhou a Palmela, colocou-se ao lado da CDU e chumbou a diminuição do IRS para os munícipes de Palmela. Nestes quatro anos repetidamente apresentei esta proposta e a CDU com o contributo do PS continuou a chumbá-la”.
Nas linhas orientadoras da sua candidatura, Paulo Ribeiro manifesta a intenção de avançar, se for eleito, com uma Feira Internacional de Vinhos da Península de Setúbal, a criação de uma agência “Invest in Palmela”, para apoiar investidores empreendedores e empresas a instalarem-se no concelho e para os mais novos o programa “startupalmela.com”, para apoiar a “criação de novas empresas no concelho”.