Documento é ferramenta importante na gestão do recurso no território. Permite avaliação estratégica e sustentável
A publicação de uma versão actualizada da Matriz da Água do concelho assinala, em Palmela, o Dia Mundial da Água. O documento, que apresenta um retrato da água no território, dos sistemas de abastecimento e de saneamento e do desempenho da autarquia enquanto entidade gestora do abastecimento de água e de drenagem das águas residuais, é, de acordo com o município, uma ferramenta “de grande importância na gestão da água, identificando e quantificando os principais fluxos de água no território de Palmela, num momento em que as alterações climáticas são uma realidade”.
Nas palavras de Álvaro Amaro, presidente da autarquia, a matriz “deve ser encarada como um auxiliar informativo e formativo, que visa o uso eficiente e racional da água como bem essencial, com reservas finitas. Por isso, este recurso deve ser gerido de forma rigorosa, através da adopção de medidas que promovam o acesso à água como bem público a todos os cidadãos, em quantidade e qualidade e a preços acessíveis”.
Investimento significativo e autonomia no abastecimento
O concelho de Palmela dispõe de cerca de 616,3 quilómetros de rede de distribuição de água, com uma taxa de cobertura de 100 por cento nos aglomerados populacionais e de 97 por cento para a generalidade do concelho. Apesar da elevada taxa de cobertura da rede, continua a existir em Palmela um “investimento significativo em prolongamentos de rede”, com 195 ramais de abastecimento de água e 1445 prolongamentos de rede executados em 2019.
O município encontra-se “em fase de concertação com a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo para publicação em portaria da delimitação dos perímetros das captações de água inseridas na bacia hidrográfica do rio Sado”.
De acordo com a autarquia, “nos últimos anos a extensão de rede de águas residuais reabilitada tem sido reduzida, dado que uma parte significativa da rede existente ainda se encontra no seu período de vida útil”, verificando-se no entanto “maior investimento em reabilitação no ano de 2019 face a degradação da rede em núcleos urbanos mais antigos”.
No que diz respeito à captação, foram no ano de 2019 captados 5,5 milhões m3 de água, dos quais foram facturados 3,7 milhões. O destino principal da água foi o consumo doméstico, com cerca de 72%, seguido do consumo para fins não domésticos com 22% e consumos próprios na ordem dos seis por cento. A quase totalidade da água consumida é captada no concelho, à excepção da adquirida à Câmara Municipal do Barreiro, às Águas do Sado e à Câmara Municipal da Moita, num total de 0.064 milhões de metros cúbicos, valores que “demonstram grande autonomia no que respeita ao abastecimento de água”.
Obra em curso reduz perdas de água no abastecimento público
Encontra-se a decorrer desde Novembro a obra para melhoria, controlo e redução de perdas de água na rede de abastecimento público do sistema da vila de Palmela, por forma a “permitir melhorar o desempenho ambiental e os indicadores da qualidade do serviço”. Nesta intervenção, agora “mais visível no terreno”, serão instalados sistemas de medição por controlo de telemetria em 47 locais, que permitirão acompanhar as zonas de monitorização e controlo a criar no sistema de abastecimento e consequentemente detectar consumos excessivos e perdas de água. Serão ainda efectuados fechos de malha da rede e instaladas válvulas de seccionamento em diversos nós, que permitirá a equalização de pressões e isolar determinados sectores da rede de abastecimento em caso de necessidade de intervenção.