Em balanço ao primeiro ano do actual mandato, Álvaro Amaro destaca a área da Educação. Raul Cristóvão e Paulo Ribeiro realçam IMI. José Calado arrasa sector do urbanismo.
Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, faz um balanço “francamente positivo” ao primeiro ano deste mandato e destaca a realização do “maior investimento público de sempre na Educação no concelho, seja em matéria de obra, seja no apoio social às crianças e às famílias”.
“A regeneração urbana, a eficiência energética e a mobilidade são áreas também a sublinhar, com fortes investimentos nas redes viária e de ciclovias e o desenho de uma nova estratégia de mobilidade e transportes com a AML. A atenção às actividades económicas e a agilização dos processos fez com que, no último ano, tenhamos acolhido investimentos na ordem dos 70 milhões de euros, que vão criar emprego qualificado”, realça o autarca da CDU, salientando a forte dinamização das parcerias com as associações locais, no âmbito social e cultural, através de “novos apoios e compromissos”.
“Temos indicadores muito bons no emprego e no turismo, onde se constata um elevado número de visitantes e turistas, muitos projectos de micro-empresas e um crescimento de 1.000% nas unidades de alojamento local”, adianta, concluindo: “A recuperação financeira, os projectos que candidatámos ao Portugal 2020, as parcerias com o Estado Central – caso do Centro de Saúde de Pinhal Novo, da Ribeira da Salgueirinha, das encostas do castelo (começa dia 18) e do Pavilhão da Secundária de Palmela – e a infra-estruturação dos territórios periurbanos são estratégicos para os objectivos que temos para os próximos anos.”
Raul Cristóvão dá nota positiva
Raul Cristóvão, vereador do PS, também dá nota positiva a este primeiro ano de mandato. “De 0 a 10 estamos a meio da tabela. Temos coisas positivas, fruto de uma maioria relativa, mas continuamos a considerar que o projecto da CDU é muito conservador e mais reagente do que mobilizador e dinamizador. Falta à CDU um plano estratégico. Esta maioria faz uma gestão diária, um pouco doméstica”, analisa.
O socialista destaca a implementação do IMI familiar – “uma proposta do PS”, diz – e sublinha as bolsas de estudo, que este ano “estão atrasadas face à falta de aprovação do regulamento” para o efeito. E lamenta que o executivo não tenha acedido a atribuir um aumento de 2 euros por aluno – “a coligação entre o MIM, o PSD e a CDU votou contra”, critica – e elege a Península Digital como “um problema”. “A autarquia paga, mas consideramos que não tem advindo uma mais-valia para o concelho”, justifica.
“Outra questão tem a ver com a verba que pagamos à Associação de Municípios da Região de Setúbal, que é superior àquela que é paga a outras associações. Não queremos a saída da AMRS, mas defendemos a sua reformulação”, aponta.
O socialista elege a regularização da Ribeira da Salgueirinha e as obras na encosta do castelo como “problemas”, apesar de admitir que, nestas questões particulares, “a autarquia não teve responsabilidade directa”.
Paulo Ribeiro critica obras adiadas
Paulo Ribeiro, vereador do PSD, lembra a nova correlação de forças no executivo e realça a redução do IMI. “Este foi um ano diferente dos anteriores, desde logo porque a CDU perdeu a maioria absoluta, o que permitiu, por proposta nossa, a diminuição do IMI e que fosse possível a provisão do IMI familiar. Esta foi a decisão mais marcante neste primeiro ano deste novo mandato”, afirma.
Em termos de actividade, o social-democrata diz não ter visto grandes diferenças. “Há que continuar a aprofundar as várias matérias nos mais diversos domínios, como por exemplo a limpeza e higiene do espaço público, a recolha de lixo, que está muito aquém do que era expectável para um município como Palmela”, defende.
Financeiramente, Palmela “mantém a tradição”, ou seja “orçamentos com muita promessa de obra, mas com muita dela, depois, a acabar adiada”, aponta, dando como exemplos a regularização da Ribeira da Salgueirinha, as encostas do castelo e a unidade de saúde do Pinhal Novo: “São obras que vão ser realidade, mas já o deveriam ser e não são.”
José Calado diz que acordo entre CDU e PS está à beira do fim
Já José Calado, vereador eleito pelo Movimento Independente pela Mudança (MIM), admite que ficou “surpreendido com situações gravosas”, exemplificando com “o urbanismo e o serviço de recolha de lixo”. Porém, sublinha o trabalho feito na Educação “que está à frente de vários municípios”, face a um conjunto de “medidas benéficas” para os alunos do concelho.
“Neste primeiro ano podia ter sido feito mais. A nível político, não sei como a CDU tem incentivado o executivo… Não sei se existe confiança política do partido [PCP] na gestão deste presidente”, observa, considerando que é preciso “alterar chefias e o modelo de trabalho” no sector do urbanismo. “Quem está pela primeira vez em maioria relativa vai ter de se adaptar e governar em conjunto com a oposição”, defende, afirma que tem existido “um acordo estratégico, não formal, da CDU com o PS”, que, neste momento, “parece estar a chegar ao fim”. O vereador do MIM deixa ainda um recado: “Interessa-me fazer oposição construtiva. Se optarem por pequenas vinganças, não contem comigo.”