Aposta no conceito de mobilidade suave é para manter, diz o presidente da autarquia, Álvaro Amaro
A Câmara Municipal de Palmela tem vindo a apostar forte no conceito de ciclovias e, actualmente, já conta com cerca de 14 quilómetros de rede ciclável no concelho, num investimento na ordem dos 2,4 milhões de euros, revela o presidente da autarquia, Álvaro Balseiro Amaro. E ainda “vêm aí muitos mais”, garante.
Só em Pinhal Novo já existem sete quilómetros de ciclovia. Mas o objectivo “é estender o conceito também junto à Ribeira da Salgueirinha” bem como a todos “os novos loteamentos que costurem a periferia do perímetro urbano”, revela o autarca, salientando o objectivo de “introduzir um anel [ciclável] em torno da localidade”.
Para o edil de Palmela, a questão em torno da mobilidade suave e da rede de ciclovias, ecopistas em corredores segregados, “é um desafio global”. Daí que, tal como Palmela, vários outros municípios da Área Metropolitana de Lisboa tenham adoptado o projecto intermunicipal denominado CICLOP 7.
De resto, é ao abrigo do CICLOP 7 que nasce a Rede Ciclável e Pedonal da Península de Setúbal que une Palmela, Sesimbra e Setúbal, no compromisso intermunicipal “Território Arrábida”.
O referido projecto promove, segundo a autarquia de Palmela, “o incremento de modos suaves de deslocação, as ligações de curta distância nos espaços urbanos e seus contextos periurbanos e uma nova vivência do espaço público”. “Da utilização da bicicleta à opção pela deslocação pedonal nos pequenos percursos quotidianos, passando pela intermodalidade a partir das principais estações rodoferroviárias, este projecto já está a alterar os hábitos da população destes três concelhos, com claras vantagens ambientais, económicas e para a saúde e qualidade de vida das comunidades”, realça o município.
Além das conexões internas e entre os três municípios, a evolução do projecto “permitirá uma ligação mais ampla entre as redes cicláveis da Península de Setúbal”. O projecto “abrange 17 troços, num total de cerca de 27 quilómetros”, dentro dos municípios da Arrábida, e “representa um investimento na ordem dos quatro milhões de euros, co-financiado pelo FEDER a 50 por cento (Portugal 2020)”.
Ecopista em Pinhal Novo
No âmbito do referido projecto, o município de Palmela tem em fase de estudo e desenvolvimento diversas intervenções, depois de já ter concluído várias outras.
A 2.ª fase da Ecopista de Pinhal Novo é disso exemplo. Foi inaugurada em 2019 e veio ligar a zona da Urbanização Vila Serena ao entroncamento com a Estrada dos Quatro Marcos, na fronteira com o concelho do Montijo, numa extensão de dois quilómetros. “A obra teve um valor total elegível de 350 mil euros e contou com co-financimento europeu de 175 mil euros”, lembra a edilidade, destacando que o novo troço veio juntar-se aos 1,6 quilómetros da 1.ª fase da empreitada, inaugurada em Setembro de 2014.
A ligação do Largo adjacente à Rua Infante D. Henrique (antigo Largo da Mitra) à zona central de Pinhal Novo é um outro projecto co-financiado em desenvolvimento na vila pinhalnovense. Inclui um troço de ciclovia e via pedonal para garantir a ligação da ciclovia de Val’Fores à ecopista de Pinhal Novo e à via partilhada da rua Infante D. Henrique (ligação ao parque intermodal sul). O concurso para a obra será lançado em breve.
Apenas a aguardar pela colocação de luminárias para ser dada como concluída está a ciclovia de Quinta do Anjo. Desenvolve-se entre as urbanizações Colinas da Arrábida e Portais da Arrábida e acompanha, em parte, o percurso da Ribeira da Salgueirinha, numa extensão total de cerca de dois quilómetros, dos quais 1,4 são em pista dedicada e os restantes em vias banalizadas.
Adjudicado recentemente, por 9 661 euros, foi o projecto de execução para a construção de um troço de ciclovia e ligação pedonal entre Quinta do Anjo e Cabanas. A obra “faz parte da futura ligação entre concelhos, unindo Palmela a Azeitão”, realça a autarquia.
Mobilidade facilitada
Mas Palmela apresenta ainda outro projecto intermunicipal: o HUB 10. Este projecto engloba “questões de transporte público, de melhoria de acesso a actividades económicas”, mas contempla igualmente “um corredor pedonal e ciclável”, sublinha Álvaro Balseiro Amaro.
“Estamos a procurar não só a ligação dos principais eixos aos concelhos vizinhos – porque estamos aqui no centro da península –, como estamos também a procurar facilitar a deslocação, seja para locais de trabalho, seja para escolas, ou seja simplesmente por lazer, ao longo de quase todas as vias estruturais”, resume o edil.
Concluída em 2016, foi a 1.ª fase da ciclovia de Aires, na freguesia de Palmela, num investimento de cerca de 28 500 euros. Apresenta um troço partilhado entre peões, bicicletas e automóveis em baixa velocidade, estando em estudo a ligação à estação ferroviária de Palmela.
Também em estudo está ainda a ligação Portal Branco/Miraventos/Setúbal que, mais tarde, irá desenvolver-se noutra direcção, ligando o Portal Branco ao Bairro Padre Nabeto e a Aires.
Interface em redor da EN10 e corredor para peões e ciclistas
Ainda no âmbito do projecto CICLOP 7, a Plataforma Humanizada de Conexão Territorial HUB 10 engloba também, além do reperfilamento da faixa de rodagem e do novo enquadramento paisagístico, trabalhos de beneficiação da rede viária na área industrial de Vila Amélia: a 1.ª fase entre a entrada poente do concelho, com ligação ao município de Setúbal, e a rotunda da Makro; e a 2.ª fase com troços a nascente e sul da Estrada dos Quatro Castelos, até S. Gonçalo, numa extensão de mais de quatro quilómetros. As intervenções incluem, segundo a autarquia, “a criação de um corredor segregado para peões e ciclistas e caixas/abrigos para transportes públicos rodoviários, criando um interface em torno da EN10 e das estações ferroviárias da Penalva e de Coina”. A 1.ª fase está concluída e a 2.ª já tem o projecto de execução aprovado, sendo que a candidatura ao Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano – Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável (PEDU-PAMUS) recebeu luz verde.